10/08/2016

certain love: epílogo


O sol está brilhando e não há uma nuvem no céu. Ouço até pássaros cantando. Acho que é perfeito para um dia como este. O salto do meu sapato afunda numa parte macia da grama. Estou usando um lindo vestidinho branco e amarelo de verão, um pouco acima do joelho. Meu cabelo está preso numa trança de um lado só, como Joseph sempre insistiu que eu usasse. Minhas mãos estão dobradas na minha frente enquanto olho para a lápide onde está escrito Jonas em grandes letras em baixo-relevo. Achei difícil vir aqui, mas era preciso fazer isso há muito tempo.
Continuo olhando para baixo, com o pensamento longe, para o monte de terra argilosa que ainda parece fresca, mesmo dois meses depois do enterro. Nem as repetidas chuvas parecem tê-lo achatado um pouco. Olho para os outros túmulos, a maioria deles já coberta por grama, e não consigo me sentir triste, só reconfortada, como se estas pessoas, embora já tendo ido embora para todos nós, tivessem a companhia umas das outras.
Duas mãos abraçam minha cintura por trás.
— Obrigado por ter vindo aqui comigo, amor - Joseph diz no meu ouvido, e então beija minha bochecha.
Pego a mão dele e o puxo para o meu lado, e olhamos uma última vez para o túmulo do seu pai, juntos.
Partimos do Wy oming mais tarde naquela noite, mas de avião. Nossos planos de viajar pelo mundo foram apenas adiados. Depois do coma e da cirurgia de Joseph, ele começou a se recuperar em três semanas. Os médicos ficaram tão surpresos quanto todos nós, mas ele ainda precisava de tempo para se recuperar totalmente, por isso fiquei com ele desde então, morando em Galveston. 
Ele tem fisioterapia uma vez por semana, mas já parece nem precisar mais. Joseph insistia para que tirássemos a bunda do sofá e pegássemos a estrada, como planejamos, está sofrendo daquela sensação de ter uma segunda chance na vida, que o torna mais ansioso do que nunca para fazer de tudo. Até lavar louça ou roupa é uma curtição pra ele, caramba. Mas sua mãe e eu o proibimos terminantemente de exagerar ou se esforçar demais. Joseph não gosta disso, mas não é nem bobo de enfrentar nós duas juntas.
Nós vamos literalmente enchê-lo de porrada.
Mas Joseph e eu ainda planejamos viajar pelo mundo e cumprir nossa promessa de não nos atolarmos na monotonia da vida. Nada disso mudou, e sei que nunca vai mudar.
Selena voltou para a Carolina do Norte, e nos falamos todo santo dia. Agora ela está saindo com Blake, o cara que Damon atacou naquela noite no telhado do clube.
Sorrio quando penso que os dois estão juntos. Quando falo com eles no Skype, percebo que foram feitos um para o outro. Pelo menos por enquanto, com Selena, nunca se sabe o que vai acontecer. Damon, por outro lado, acabou preso por posse de drogas. Ele é reincidente e deve passar um ano na cadeia, desta vez. Talvez aprenda com seus erros, mas eu duvido.
Quanto ao meu irmão, porém, acho que Joseph tinha razão. Joseph e eu fomos de avião para a Carolina do Norte visitar a minha mãe, e, durante nossa estada, fomos com ela visitar Cole na prisão. Ele parece diferente, sentindo remorso de verdade. 
Vejo isso nos seus olhos. 
Ele e Joseph se deram muito bem. Acho que talvez meu irmão volte a ser o irmão mais velho que eu conheci, quando sair da prisão. E com a ajuda de Joseph, perdoei Cole pelo que ele fez. Sempre vou sofrer pela família que ele destruiu ao matar aquele homem no acidente, mas percebi que o perdão cura muitas coisas.
Minha mãe continua saindo com Roger. Na verdade, eles vão se casar nas Bahamas em fevereiro. Estou muito feliz por ela. Consegui conhecer Roger e usar meu radar antibabacas, e fico feliz em dizer que ele passou com louvor. Mamãe quase não fica mais em casa, ele está sempre arrastando-a para algum lugar.
E ela merece tudo isso.
A mãe e os irmãos de Joseph me receberam na família de braços abertos.
Nicholas e eu ficamos muito amigos. E por mais beligerante que eu sempre tenha achado Kevin, também o adoro. Na verdade, ele nunca foi sacana com Joseph.
Sinceramente, Joseph fez por merecer. Kevin e sua esposa, Danielle, falam comigo e de mim como se eu fosse esposa de Joseph. 
Isso sempre me faz corar. 
mais importante é que Joseph e Kevin estão se dando bem. Antes que Kevin e Danielle voltassem para Chicago depois de uma rápida visita, semana passada, eu sorri vendo os dois se provocando e se atracando na sala de estar. Quase quebraram a TV, mas eu e Danielle ficamos rindo e deixamos que os dois descarregassem a testosterona de macho alfa.
E hoje... bem, hoje o dia vai ser um pouco diferente para Joseph.
Entro na sala, onde ele está refestelado no sofá, vendo Prometheus.
Ele estende a mão para mim quando me aproximo.
— Não - digo, balançando a cabeça. — Preciso que você se levante.
— Que foi, gata? - ele se levanta do sofá e coça a cabeça. Seu cabelo já está crescendo, mas ele ainda não se acostumou com a sensação, especialmente perto da cicatriz da cirurgia.
Joseph põe os pés no chão para ficar mais sentado e eu entro no meio de suas pernas, passando as mãos na sua cabeça. Ele beija um dos meus pulsos, depois o outro.
— Vem comigo - aponto com a cabeça, segurando seus dedos, e ele me segue até o quarto.
Como sempre, quando o levo para o quarto, ele automaticamente acha que é algo sexual, e seus tentadores olhos brilham como os de um garoto.
— Só quero que você se deite comigo um pouco - digo, tirando toda a roupa.
Ele parece um tanto confuso, mas é tão bonitinho.
— Tá - ele diz, sorrindo. — Quer que eu fique pelado também? Eu fico, não tem problema. Por que é que eu tô perguntando, caramba? - ele começa a se despir.
Joseph se deita ao meu lado e nos olhamos, aproximando nossos corpos e trançando as pernas. Ele me abraça e então seus dedos traçam a minha tatuagem de Orfeu, que fiz há duas semanas. É perfeita, totalmente alinhada com a de Joseph.
Quando nos deitamos juntos assim, os dois desenhos se tornam um só.
— Você tá bem, amor? - Joseph me olha, curioso, as pontas dos seus dedos roçando minhas costelas.
Sorrio e beijo sua boca.
Então me afasto só um pouco e pego sua mão, deslizando-a para a minha tatuagem, para a parte que cobre a minha barriga.
— Adoro minha tatuagem, amor - murmuro no pequeno espaço entre nossos rostos. — Mas acho que daqui a uns sete meses e meio, Orfeu vai ficar um pouco esticado.
Joseph pisca, confuso, e leva alguns segundos para entender o que eu disse.
Sua cabeça se afasta num movimento atordoado, e depois de uma pausa, ele ergue o corpo.
— Vai nascer em maio.
Primeiro ele arregala os olhos, está atordoado e sem palavras, mas então consegue dizer:
— Você tá grávida? - a mão dele vai imediatamente para a minha barriga.
Sua reação me faz sorrir ainda mais.
Suas covinhas afundam mais enquanto ele me olha, e quando dou por mim, sua língua está na minha boca. O beijo tira o meu fôlego e ele me ergue em seus braços no meio da cama.
— Casa comigo - ele diz, e agora sou eu que fico atordoada e sem palavras. — Eu iria te pedir amanhã à noite, quando a gente saísse, mas agora não posso esperar. Casa comigo.
Começo a chorar, e ele me abraça de novo e me beija mais.
Quando ele finalmente se afasta e me olha nos olhos de novo, respondo: — Sim, vou me casar com você, Joseph Jonas.
— Eu te amo tanto, porra - ele diz, me beijando de novo. Então ele segura meu rosto.
— E agora vou comer você grávida.
O que posso dizer? Este é Joseph, e eu não mudaria nada nele.

Gostaram lindonas? Eu simplesmente amei história, achei esse epílogo lindo e eu espero também muito que vocês tenham gostado!!!
Sobre a próxima história devo postar a sinopse na sexta-feira...
Um beijo lindonas e até a próxima <3

2 comentários:

  1. Que final maravilhoso, esperando a próxima fanfic ansiosamente!bjs

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