19/06/2017

for you: capítulo 12


Bailando

Eu não sei por que, mas há um enorme sorriso em meu rosto. Tudo porque esse idiota e babaca havia me dito que tinha escolhido esse vestido pessoalmente. Eu deveria estar irritada com sua atitude machista, mas pelo contrário. Estou encostada contra a porta de meu apartamento, sorrindo como uma adolescente após receber um beijo de despedida em seu primeiro baile. Se bem que eu nunca tive um, então não sei se a comparação é justa.
Retiro um sapato, depois o outro e me jogo no minúsculo sofá. Toco meus lábios com os dedos e me recordo do beijo que trocamos essa noite. Já tivemos momentos memoráveis no sexo que só de lembrar deixam minhas pernas bambas, mas o beijo dessa noite foi especial. Foi... foi...
Que coisa mais ridícula Demi! Estou começando a me tornar uma romântica idiota e eu sei muito bem o que acontece quando se baixa a guarda, as pessoas destroem você. Roubam sua fé e confiança.
Jenny tem toda razão, eu tenho muito mais a perder agora do que antes. Dinheiro, bens materiais e todas as outras coisas podem ser reconquistados, mas um coração partido...? Um coração despedaçado às vezes nunca mais se recupera.
E ele é tudo o que qualquer mulher sonharia: lindo, charmoso, engraçado e espetacular na cama. O tipo que a faz querer fazer qualquer coisa sem pensar duas vezes. Eu fingiria ser sua noiva de graça, apenas pelo deleite de sua companhia. Pelo prazer de ter aquelas mãos grandes e calorosas tocando meu corpo, mesmo que intencionalmente. Seus lábios nos meus e quando ele me toma eu sinto que sou enviada para outra dimensão para um mundo em que só nós dois existimos.
Inferno! Eu não posso continuar me enganando. Estou completamente envolvida por ele e não posso continuar com isso. Preciso de colo, preciso da minha melhor amiga. Preciso de alguém sensata e inteligente como a Jenny, que me tire das nuvens a qual me encontro.
Sem me preocupar em trocar de roupa eu pulo do sofá e saio para ir até o apartamento dela em frente ao meu.
— Fiu fiu... — escuto o assovio as minhas costas, antes de bater na porta.
Fecho o punho pronta para enfrentar o babaca desconhecido. Não estou muito boa hoje para
idiotas com testosterona aflorados.
— Demi você sempre foi linda, mas hoje está divina.
— Paul! — solto um enorme grito e me jogo em seus braços — Quando chegou?
— Há uns minutos, apenas para jogar as malas e tomar um banho.
Paul é o único e verdadeiro amigo que Jenny e eu temos. A vida dele havia sido tão ou mais
difícil que a nossa. Filho de um pai militar rígido e de uma mãe apática. Assumidamente gay saiu de casa aos 17 anos após não aguentar mais a intolerância do pai e a falta de apoio da mãe. É professor de defesa pessoal e garçom no tempo livre. Está economizando muito para abrir sua própria academia de luta. A primeira vista, parece até um pouco magro para um lutador, ele não faz estilo bombadão, mas tem técnica e uma força incrível. Já o vi lutar algumas vezes e ele é fera. Foi ele que ensinou Jenny e eu a nos defendermos e cuidar de nós mesmas sempre que ele está longe ou quando estávamos trabalhando no Seduction.
— Que bom ter você aqui — me aconchego carinhosamente nele — Senti tanta saudade, querido.
— Eu não deixaria minha garota tanto tempo sozinha. Que tal nós dois sairmos, e balançarmos o esqueleto como sempre fazemos?
Eu não sei, não estou no clima de baladas, mas talvez a música e dança fizessem bem a mim. Eu amo dançar e desde o Seduction não remexo o esqueleto, talvez me fizesse bem mesmo.
— Tudo bem — sorrio para ele — Mas vamos arrastar a Jenny com a gente.
— Nem precisava pedir querida — diz ele me dando uma piscadela — O que eu seria sem as
minhas duas garotas preferidas.
— Falso — digo rindo e dou um tapa em seu braço.
Entramos juntos, rindo no apartamento de uma Jenny desanimada e surpreendida. Apesar de todos os esforços nada do que dissemos foi capaz de fazê-la sair de casa. Parece que Neil Durant a atingiu mais do que quer assumir.
Então, essa noite será Paul e eu. A noite é uma criança e eu não vou ficar em casa chorando por um homem. Ah, mas não vou mesmo!
“Arriba” é uma nova e melhor casa noturna latina da cidade. Bem disputada e não muito longe de nosso apartamento. Graças a Paul que já teve um namorico com um dos seguranças, temos entradas Vips, apesar dos protestos das pessoas na fila, fazer o que meu bem? Influência é tudo, nem sempre é preciso ter dinheiro. Nós vamos direto para o bar para começar a noite, hoje eu quero dançar, cantar, pular, beber e me divertir e se me der à louca paquerar algum gatinho.
— O que quer beber? — pergunta Paul, sem desviar o olhar do barman super gato, tatuado e
musculoso a nossa frente.
— Margarita — me apoio no balcão e encaro Paul com olhar firme — Nem pensar em soltar as frangas. Hoje você é meu.
— Mulheres... — diz ele, encarando-me com nojo — Tão ciumentas. Acho que por isso prefiro os homens.
— Ridículo — digo a ele e pego minha bebida.
Adoro Margarita, uma bebida composta por: contreau, suco de limão, cubos de gelo, sal na borda do copo e tequila. Arriba e tequila, uma composição explosiva. Tomo um enorme gole e mexo meu corpo ao ritmo de “Coro Millare” de Los Latinos.
— Vamos Paul, eu adoro essa música — e arrasto Paul comigo para a pista de dança ainda com seu copo na mão.
— Coro Coro Millare... — todos na pista cantam animados e dançamos animadamente — Coro Coro Millare. Viva la salsa para arriba!
Há dançarinas de cair o queixo, mas eu não passo vergonha. Adoro música latina e sua dança. E a salsa é uma das minhas danças preferidas.
Um dançarino muito bonito para minha alegria me puxa para dançar e bailamos ao ritmo caliente.
Sua mão em minha cintura, virando-me de um lado a outro. Eu dou tudo de mim e nossos corpos se movimentam sensualmente como se estivéssemos fazendo amor.
Não sei se é a música, a bebida que tomei muito rápido ou as luzes do lugar, mas, me sinto leve e feliz. A música termina, agradeço ao rapaz com um grande sorriso e volto para o bar. Outra Margarita e arriba! Vila salsa para arriba!
— Ei garotinha, vá com calma — diz Paul ao me ver virar outro copo — O que está acontecendo com as duas?
Seu olhar desconfiado me deixa agitada. Eu não quero falar sobre isso. Estava me divertindo, por que ele tinha que tocar no assunto? Por que tinha que me fazer me lembrar daquele deus grego que faz minhas pernas tremerem?
— Não quero falar sobre isso — dou um sorriso amarelo — Quero me divertir e você cuida de
mim. Certo?
— Sempre!
— Vamos muchacho “Arriba!”
Voltamos para pista de dança e mais salsa, mais homens e mais margaritas. Eu não sei quantas músicas dancei ou quantas margaritas eu tomei, mas tudo gira em volta de mim. Dessa vez toca uma música pop, a música de Enrique Iglesias “Bailando”.
Um latino com olhar sensual e corpo de suar frio me tira para dançar. E enquanto eu danço
sensualmente com ele a letra da música penetra em minha cabeça. Eu já a ouvi antes e por
curiosidade procurei a tradução da letra. Parece que essa música fala comigo e diz tudo o que estou sentindo.
Eu te olho, está a me tirar o fôlego
Quando você me olha me sobe o coração
Bate devagar meu coração
E no silêncio o seu olhar disse mil palavras
Na noite em que peço que não nasça o sol
As mãos do rapaz pousam em minha coxa e enrosca minha perna na dele enquanto ele me joga para trás, girando-me. Tudo o que eu consigo pensar é em uma cozinha e a forma como Joseph me levou a loucura em cima da mesa.
Com sua física e sua química também sua anatomia
Cerveja e tequila e sua boca com a minha
Já não posso mais, já não posso mais, já não posso
Com esta música, sua cor, sua fantasia
Com sua filosofia de minha cabeça está vazia
E já não posso mais
Ele volta a unir o corpo ao meu e vamos descendo juntos até o chão, rebolando e nos mexendo o tempo todo.
Eu quero estar com você, viver com você
Dançar com você, ter com você
Uma noite louca, uma noite louca
Oh beijar sua boca e beijar sua boca
Eu quero estar com você, viver com você
Dançar com você, ter com você uma noite louca
Com tremenda loucura
Ooooh, ooooh, ooooh, ooooh
O jovem se afasta um pouco de mim e me rodopia. Fecho os olhos e me levo ao ritmo da música. Joseph, Joseph! Meu coração e corpo sussurram seu nome a batida da música. Fecho meus olhos e imagino que ele está ali comigo. É sua mão deslizando por minha cintura enquanto a outra me prende em seu corpo firme, agarrando minha nuca e colando a testa a minha. Não estamos mais dançando, estamos parados na pista de dança, os corpos mais unidos do que gostaria, mesmo para uma dança sensual.
— O que pensa que está fazendo Demi? — a voz sussurra ao meu ouvido e sinto cada parte da minha pele arrepiar.
Céus! Realmente eu havia bebido muito. Não só estou imaginando coisas como ouvindo. A voz do homem é tão parecida com a de Joseph que juro, seria capaz de ir para cama com ele apenas ouvindo sua voz.
— Dançando — respondo sem abrir os olhos e mexendo-me ao som da música que agora é um pouco mais lenta — Estamos dançando, oras.
As mãos descem pelas minhas costas e pousam em minha bunda. O corpo dele parece tão familiar para mim. Havia alguma coisa nessas bebidas, agora imagino, ouço e sinto as coisas.
— Você pode continuar falando — murmuro em uma voz grogue e me aconchego no peito másculo.
— Acho que vou levar você para casa... — solto um soluço involuntário — Você pode continuar falando no meu ouvido a noite toda.
— Demi... — murmura ele, segura meu queixo com firmeza e levanta meu rosto — Está bêbada?
Não me admiro, com tantos copos que virou e aposto que não comeu nada ainda.
Que chato esse dançarino havia ficado. Eu bebi muito e daí? Não estamos em uma boate. As
pessoas não vêm até aqui para beber e dançar a noite toda? Só estou me divertindo, droga!
Abro os olhos para dizer a ele o que realmente penso e fico completamente em choque. Puta que pariu! Essa casa tem que ser denunciada, pois além de imaginar, ouvir, sentir, eu agora estou vendo coisas, com certeza minha bebida havia sido batizada. Porque por mais bêbada que estivesse, isso seria impossível, não seria? Joseph não poderia estar aqui. Não mesmo!
— Acho que eu estou muito bêbada — começo a rir, descontroladamente — Ou...
Eu afasto-me dele dando alguns passos cambaleantes para trás. Esbarro em um casal e peço desculpas.
— Você é o melhor sósia da face da terra!
— Demi! — diz ele, irritado e caminha em direção a mim.
— Você sabe meu nome — murmuro, languida — Você é bom nisso. Quais seus outros truques? 
— Chega Demi!
A mão dele me agarra com firmeza e me arrasta para saída. Eu tenho dificuldade de acompanhar seus passos e de me desviar das pessoas que me encaram com olhar feio. A culpa é dos meus sapatos, falo mentalmente.
— Vou levar você para casa — ele diz, quando paramos em frente ao seu carro — Onde está
aquele irresponsável de seu namorado? O idiota a deixou sozinha...
— Paul? Buff... — sacudo a mão, interrompendo-o — Ele é um galinha e, além disso...
— Eu não quero saber — vejo-o abrir a porta com raiva — Depois conversamos sobre isso.
Entre!
Olho para o carro conversível vermelho. Eu já vi esse carro hoje. Ele não é um sósia. Que porra de alucinação que estou tendo?
— Joseph? — pergunto a ele e dou um passo para trás.
— Não! É Brad Pitt! — diz ele, bufando e me coloca dentro do carro.
Ajeito-me melhor no banco de couro e fecho os olhos. Minha cabeça ainda está rodando. Eu estou presa em um maldito sonho eu não faço a menor ideia de como sair dali.
— Esse é o sonho mais louco que já tive — sorrio, languida — Mas eu gosto.
Passo a mão pelas coxas firmes dele de cima a baixo em movimentos lentos.
— Demi... — Joseph sussurra, sem desviar os olhos da estrada.
— Eu gosto muito — murmuro, minhas mãos vão subindo até tocar seu membro duro.
Caramba esse sonho parece tão real. Eu cruzo as pernas para tentar aliviar o calor que há ali.
— Pare com isso Demi — diz ele rangendo os dentes — Está bêbada.
Prendo seu pênis em minha mão e acaricio a glande. O carro da uma freada e eu solto outra gargalhada.
— Que porra tá fazendo? — Joseph me olha firme. Seus olhos como brasa — Eu não sou de
ferro Demi e, mas eu não me aproveito de mulheres bêbadas e que...
Eu pulo em seu colo e selo seus lábios com um beijo.
— Mudei de ideia — sussurro, em seus lábios — Fique quietinho.
Meus lábios devoram os dele com fome e desejo enquanto esfrego minha pélvis contra a dele. Eu o desejo mais que tudo. Desejo tanto que dói e me sinto transtornada em saber que até mesmo em sonhos meus sentimentos por ele são intensos. Eu diria que muito mais intensos do que antes.
— Demi... — Joseph tenta frear minhas mãos que agora estão brigando com o zíper da ca— Amanhã você...
— Foda-se amanhã! — murmuro e mordisco seu pescoço — Quero você agora.
Ouço-o soltar um gemido frustrado e em seguida me ajuda a abrir o zíper. Em segundos eu tiro seu membro poderoso de dentro da cueca e o masturbo sem piedade. Cada gemido dele, faz meu desejo aumentar. Ajoelho-me no outro banco e curvo-me, caindo de boca em seu pênis. Entrego-me a ele como jamais havia feito, como a verdadeira deusa do sexo.
Os grunhidos que ele emite e a forma que agarra meus cabelos guiam-me a um trabalho perfeito.
Chupo seu pênis da glande a base, diversas vezes, subindo descendo, rápido, lento, mais rápido, lento...
— Para — ele me afasta — Se quiser parar aqui... Acho melhor...
— Parar? — sorrio, diabolicamente passando a língua em meus lábios em um “O” perfeito —
Não querido. Eu quero o que é meu.
Sento-me em seu colo e me esfrego contra a ele. O pênis cutucando contra minha calcinha,
deixando-me mais embriagada que mil margaritas.
Eu quero estar com você, viver com você
Dançar com você, ter com você
Começo a cantarolar a música, sem desviar os olhos do dele.
Uma noite louca, uma noite louca
Oh beijar sua boca e beijar sua boca
Seus dedos deslizam sobre o tecido da calcinha e eu me remexo alucinada. Os dedos dele me
acariciam com maestria de um mágico e eu quero ser a assistente.
— Isso é loucura — sussurra ele, contra meus seios — Mas eu não posso resistir a você. Vai me odiar amanhã.
— É só um sonho, não posso odiá-lo por isso.
Os dedos afastam minha calcinha para o lado e sem aviso tomo seu pênis duro, introduzindo-o em mim. A forma que ele desliza para dentro, preenchendo cada parte de meu interior, me faz ir às alturas. Paro alguns segundos, apenas degustando de todo aquele membro me completando.
— Demi... — geme ele, apertando meu braço — A camisinha.
Quem precisa de camisinha? É tão bom senti-lo assim, pele contra pele, sem nenhum
impedimento, apenas ele e eu.
— Dane-se a camisinha — murmuro e começo a me movimentar em cima dele.
— Oh... — ouço-o gemer alto, quando dou uma arremetida mais profunda — Foda-se.
Meu corpo está em chamas e grita por mais e mais. Eu o quero cada vez mais profundo dentro de mim. Consumindo as chamas que ardem em meu corpo.
Suas mãos agarram minha cintura e me ajudam nos movimentos. Subindo, descendo, subindo, descendo, mais, mais, mais...
Sinto meu interior pulsar e sugar seu pênis. Agarro o banco e cavalgo sobre ele ainda mais rápido.
Seus lábios tomam meus seios e eu me deixo levar pelo mar de sensações.
— Isso querida! — rosna ele, metendo com mais força.
Uma mão cravada em minha cintura e outra toca meu clitóris. Imediatamente eu explodo em um orgasmo potente e arrebatador. Segundos depois seus gritos altos significam, que com ele não foi diferente.
Com o coração acelerado, corpo suado e trêmulo eu me aconchego em seu peito. Sorrio
preguiçosamente ao sentir seu coração, tão disparado como o meu. Esse Joseph, o Joseph de meus sonhos é tão sensível a mim quanto eu sou com ele. Automaticamente meus olhos fecham e caio em um sono gostoso, abraçada a ele.

***

Batidas insistentes na porta me despertam de meu sono tranquilo. Coloco travesseiros em meus ouvidos, querendo abafar o som.
— Demi!
Agora há vozes misturadas às pancadas na porta. Sento-me na cama desanimada. Quem quer que seja, não tem a menor pretensão de ir embora.
— Demi, você está aí? — pergunta Jenny, com a voz preocupada.
Olho para o outro lado da cama e encontro-a vazia e respiro aliviada. Havia sido apenas um
sonho. Um sonho esquisito que havia durado a noite toda e que me pareceu incrivelmente real. Mas se foi um sonho por que estou totalmente nua em baixo das cobertas? Com certeza foi a minha incrível mania de tirar a roupa enquanto durmo. Essa explicação me soa satisfatória.
Meu alívio, entretanto, dura pouco ao ver aos pés da cama uma caixa ao lado de um bilhete
dobrado e o vestido vermelho jogado no chão ao lado dos sapatos que havia usado na noite anterior.
Bom dia,
Gostaria de ter ficado para o café, mas tive que resolver algo urgente. A noite foi maravilhosa e inesquecível. Sei que não quer complicações em sua vida, assim como eu. Então tentei consertar isso da melhor forma possível, as instruções estão na caixa. Conversamos a noite.
Joseph.
Instruções? Caixa? Oh meu Deus, as coisas estão piores do que imaginei.
— Demi! — diz Paul, do outro lado da porta — Se não abrir eu juro que arrombo essa porta.
Escondo a embalagem embaixo das cobertas, corro até o guarda roupa, coloco uma camiseta longa e visto shorts de dormir. Minha cabeça está zunindo e a gritaria dos dois está me dando náuseas.
Escancaro a porta e me deparo com Paul, me encarando, furioso. Ainda está usando a mesma roupa de ontem, os cabelos bagunçados e com uma expressão cansada.
— Eu juro que eu vou matar você! — grita ele ao entrar no apartamento.
— Demi você está bem? — Jenny tateia o ar até me encontrar.
— Claro que sim — pego sua mão e puxo-a para dentro do apartamento — Aconteceu a terceira guerra mundial?
— Não! — rebate Paul — Mas eu estou pronto para iniciar uma. Onde esteve esse tempo todo. Aqui?
Ele olha em volta e espia meu quarto através da porta entreaberta, sem disfarçar a curiosidade.
— Não há ninguém ali — falo com raiva e apesar do desapontamento, sinto-me agradecida por Joseph ter ido embora. Isso seria muito constrangedor.
— Sabe como fiquei preocupado com você? — pergunta ele, magoado — Procurei-a por todos os lados. Até fui ao Seduction ver se a encontrava.
— Desculpe — respondo, envergonhada — Mas eu estava bêbada e fora de mim. Pensei que
cuidaria de mim Paul?
Dessa vez ele fica vermelho e com vergonha.
— Só saí por alguns minutos — diz ele, sentando-se no sofá — Juarez pediu para falar comigo e...
— Você saiu como um cachorrinho!
Juarez é um ex-namorado dele, que eu e Jenny, odiamos. Além de ser um aproveitador, havia causado muito sofrimento a Paul. A relação deles é complicada e destrutiva.
— Você me deixou sozinha a mercê de qualquer maluco — acuso-o, magoada.
— Sinto muito — desculpa-se, novamente — Fiquei maluco quando voltei e não a encontrei,
procurei você por todos os lados. Suas coisas estão comigo e fiquei em pânico. Eu juro Demi, saí apenas por quinze minutos...
— Tempo suficiente para uma tragédia, não acha? — sento-me ao lado dele — Mas eu sou a
última pessoa que pode julgá-lo. Acho que todos nós erramos.
— Como chegou até aqui? — pergunta Jenny, ainda apreensiva.
Eu poderia mentir e dizer que vim andando, já que a casa noturna não é muito longe do meu
prédio, mas não quero mentir para eles. São as duas pessoas que mais confio no mundo.
— Joseph me trouxe — murmuro.
— Ah... — ela sussurra.
— Joseph? — pergunta Paul — Quem é Joseph?
— É uma longa história, Paul — sento-me sobre os joelhos e o encaro.
— Ótimo — ele sorri para mim — Estou cheio de adrenalina ainda. Talvez uma boa história me acalme.
Eu conto a ele tudo o que havia acontecido desde o meu primeiro encontro com Joseph, até a noite anterior. Claro que havia pulado a parte sobre o sexo. Ainda não estou pronta para falar sobre isso. De alguma maneira, a noite de ontem, havia sido diferente de tudo o que já havíamos vivido e, eu confesso que estou em pânico. Meus sentimentos estão uma verdadeira bagunça e já não tenho certeza de mais nada.
— Jesus! — diz ele, esfregando as mãos animadamente — Que novela mexicana. Vocês duas
hein... Saio por algumas semanas e acontece de tudo.
— O que é isso? — toco o rosto dele, disposta a mudar de assunto. Há um corte no supercílio
direito e a região está avermelhada — Andou brigando no clube? Juarez...
— Não. Foi um viciado que vi ontem quando cheguei e esbarrei hoje de manhã, quando voltava. O idiota me nocauteou, por isso não vim antes.
Sinto meu corpo tremer ao imaginar a cena. Esse lugar está cada vez mais perigoso. Se Paul que é homem e professor de defesa pessoal havia sido agredido, o que não aconteceria a Jenny quando não estivéssemos com ela?
— Isso é terrível — murmuro, acariciando seu rosto.
— O cara apenas me pegou de surpresa — diz ele, beijando minha mão — O apartamento em
cima da academia ficará pronto em alguns meses. Sabem que podem ficar lá, não é?
— Eu agradeço, mas não terá espaço para nós três.
— Demi tem razão Paul —murmura Jenny, agradecida — E não queremos tirar sua privacidade.
Além disso, tenho um emprego novo. Logo poderemos sair daqui.
Conversamos por mais alguns minutos. Assim que eles dois vão embora eu sigo para o chuveiro.
Tomo um banho frio na tentativa de que vá colocar meus pensamentos em ordem.
Tudo o que havia acontecido na noite anterior vem a minha mente como uma avalanche.
Onde está a amnésia alcoólica que todos dizem sentir no dia seguinte? Eu me lembro de tudo, nos mínimos detalhes e me pergunto se estava realmente bêbada ou embriagada de amor.
Eu já não consigo me enganar ou mentir para mim mesma. Estou perdidamente
apaixonada por ele. Passei os dois últimos anos fugindo do amor e de todas as complicações
românticas para cair de amores por um homem fora de meu alcance.
O que será de mim quando ele decidir parar de brincar de vingança? Joseph está disposto a dar uma lição a sua família e a única a aprender ali sou eu. Não se brinca com sentimentos
e eu sairei ferida.
Desligo o chuveiro e saio do minúsculo banheiro. A enxaqueca diminuiu um pouco, mas
não sumiu completamente e como toda pessoa que havia extrapolado, eu juro a mim mesma que não voltarei a colocar nunca mais uma única gota de álcool na minha boca pelos últimos dez anos.
Volto para o quarto disposta a hibernar ali por toda minha vida. Assim que me deito na
cama, a caixa de remédio volta a chamar minha atenção. Leio as instruções da bula com certa impaciência. Setenta e duas horas. Eu tenho setenta e duas horas que podem mudar toda a minha vida.
O que eu devo fazer?

amei esse capítulo, demi bêbada kkkkkkkk
finalmente demi confessou que está apaixonada por Joseph <3
esse paul é um amor e engraçado, ele vai ser ótimo na história.
o que acharam? espero que tenham gostado.
até logo, bjs amores <3
respostas do capítulo anterior aqui

3 comentários:

  1. Eu agradeço por estar postando e espero que a falta de comentários não te desmotive... Eu já passei por isso e sei que a maioria das pessoas só lêem e vão embora. Mas isso vai passar. Obrigada por postar e eu adorei!!!!! Continuar 💞💞💞

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    1. obrigada amor pelo o apoio, sei que muitas pessoas não comentam mas eu fico feliz que você comente.
      eu já sei como é isso e não fico desmotivada.
      que bom que você gostou amor, vou postar hoje.
      bjs <3

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