17/05/2017

for you: capítulo 2


Come on

Com um gemido de protesto, ouço a música S&M da Rihanna soar do meu celular, que toca insistentemente em alguma parte da minha cama e, a única coisa que quero fazer, é dormir por horas e horas sem fim. Para um dia de semana, o trabalho no clube tinha sido bem cansativo. Cubro a cabeça com travesseiro e tento voltar para o adorável reino dos sonhos. O barulho estridente continua a irritar meus ouvidos e sem pensar duas vezes, estico o braço para jogar o insuportável aparelho contra a parede. Certo, eu não posso me dar ao luxo de arremessa-lo, o pobre coitado já sofreu muito por todas as vezes que o deixei cair no chão. Não sei como ainda não explodiu na minha cara.
Levanto com todo meu corpo gritando em protesto.
Reviro toda a cama a procura do pequeno torturador. Sou uma daquelas pessoas que não acordam com bom humor e o barulho está piorando isso. Encontro o maldito celular enrolado em minha camiseta. Eu tenho o estranho hábito de tirar a roupa durante a noite, enquanto estou dormindo. Uma das minhas incontáveis esquisitices.
Desligo o celular e olho em volta do minúsculo quarto. Roupas e roupas por todos os lados. Céus, até parece que passou um furacão pelo quarto.
— Amanhã eu arrumo — digo em voz alta, como se isso pudesse garantir que arrumaria essa
bagunça de três dias.
— O que posso fazer? — resmungo, para a minha consciência — Eu tenho dois empregos poxa.
Trabalho a noite no clube e duas vezes por semana sou babá de cachorros. Saio para passear com eles no Central Park, um exercício que me ajuda a manter a boa forma. O dinheiro desse trabalho não é muito, mas, completava os gastos. Viver em Nova Iorque não é fácil. É uma cidade muito cara, mesmo para quem vive em uma espelunca como a que vivo.
Vou para a sala ainda resmungando, também tenho a péssima mania de falar sozinha, minhas esquisitices são infinitas. Sinto-me um pouco mais aliviada, ao olhar ao redor, pelo menos ali não há tanta bagunça. A quem estou querendo enganar? A maioria das coisas estão guardadas, na verdade, amontoadas no pequeno armário, ao lado do banheiro. Definitivamente, preciso dar um jeito nisso.
Sigo para pequena cozinha adjacente à sala, o único lugar imaculadamente limpo e organizado. Não que eu seja desleixada, mas venho trabalhando muito e estou cada dia mais cansada. Jennifer e eu pretendemos mudar de apartamento e estamos guardando o máximo que pudermos. Aceito todos os bicos que vem pela frente, apenas para fazer mais dinheiro e sair daqui. O prédio não é muito seguro. Não há porteiro e a porta de segurança vive quebrada. Eu não ligo muito sobre isso, sei cuidar de mim, afinal, depois de um ano trabalhando em clube, aprendi muito bem a me defender, mas minha grande preocupação é com a Jennifer. Ela é cega e já havia passado uns bons bocados nesse prédio. Se não fosse Paul, antes de mim, cuidando dela, nem sei as coisas horríveis que poderiam ter acontecido. Além disso, tem o irmão maluco que não a deixa em paz, sempre lhe pedindo dinheiro para seus vícios. E esse, é um dos principais motivos para sairmos daqui.
Abro a geladeira e fico desapontada com o que vejo. Uma caixa de leite, um pedaço de queijo e meia garrafa de água.
— Acho que está na hora de ver como minha amiga está — sorrio, internamente das minhas segundas intenções.
Somos amigas há quase dois anos. Conheci Jenny logo que cheguei aqui, com os poucos centavos que haviam no bolso. Depois de descobrir tudo o que John e Mary Ane haviam feito comigo, procurei Harry em Dakota do Norte, mas, para o meu desespero, ele e a família estavam viajando para resolver um problema familiar do marido da filha dele. Sem rumo, andei de um lugar a outro até parar em Nova Iorque.
Nosso primeiro encontro foi meio conturbado. Jenny estava brigando com Brian no corredor, e descobri horas depois, que ele foi um caso passageiro e fracassado. Ele queria entrar e ela não queria permitir. Cansada das pessoas que se aproveitavam da fragilidade alheia, coloquei-o para correr e conquistei um novo inimigo.
Afasto essas lembranças amargas e vou para seu apartamento. Uso a cópia da chave que ela me deu e entro sem receio ou vergonha na cara. Ambas não temos namorados, portanto, não corro o risco de um constrangimento, como pegar um homem apenas de cueca pela casa. Nós duas queremos os homens bem longe.
— Já está acordada? — me surpreendo vendo-a ocupada com a limpeza.
— Demi, já são mais de dez horas — Jenny sorri.
— Sou uma garota da noite, esqueceu? Então é como se fossem cinco da manhã. Tem alguma coisa para comer?
— Não vou contrariar seus argumentos, eu sempre perco — ela ri — Tem suco na geladeira, pão e frios.
Olho em volta do apartamento dela. Nossa, é tudo tão limpo e organizado que sinto vergonha.
— Você é cega e sua casa é impecável — abro a geladeira e pego alguns ingredientes para um
sanduíche — Seu quarto é tão organizado.
— Preciso de praticidade Demi, não posso me dar ao luxo de sair tropeçando nas coisas. E você me ajuda com as roupas.
— Em troca de comida — respondo, enquanto começo a preparar o café da manhã.
Conversamos sobre as coisas bizarras no clube e os sonhos que temos na vida. Jennifer quer estudar música e eu ainda acalento o sonho de ser arquiteta.
O resto da manhã passou rapidamente, ajudo-a a terminar de arrumar as coisas, apesar dos seus protestos. É incrível como nossa amizade se fortalece a cada dia. Podemos confiar uma na outra, embora nosso passado nos tenha ensinado que o melhor era não fazer isso. Somos como duas almas gêmeas, mesmo que muito diferentes; Jennifer toda certinha, doce e educada. Eu, desorganizada, temperamental e sem papas na língua.
Meu telefone toca, o número é desconhecido, só poderia ser uma pessoa.
— Chris?
Vejo Jenny se contorcer no canto do sofá. A última discussão entre eles não havia sido muito amigável.
— Quero falar com a Jenny — murmura ele, do outro lado da linha.
— A pergunta é, se ela quer falar com você?
— Demi, eu juro que é importante.
Eu percebo pelo seu tom de voz, que parece angustiado. Provavelmente está atrás de dinheiro.
Como podia ser tão cara de pau e desumano com ela? Abusar de uma irmã como Jenny é
imperdoável.
— Deixa — ainda estou em dúvida se entrego o celular ou não. Quando a vejo esticar as mãos — O problema é meu. Eu resolvo.
— Não precisa se não quiser.
Entrego o telefone ao notar a determinação em seu rosto.
— O que quer? — ouço-a dizer — Não, eu não vou. Não insista...
Levanto-me e vou até a cozinha. Dou um pouco da privacidade de que ela precisa, mas fico por perto caso necessite de ajuda.
— Tudo bem? — pergunto quando ela se une a mim.
— Preciso encontrá-lo daqui duas horas.
— Acho que não deveria, Jenny.
— Ele me disse que era importante — murmura.
— Ainda acho que não deve — insisto, apreensiva — Eu vou com você.
— Não! Você não vai — me diz, determinada — Você tem trabalho hoje. Tem que descansar. Eu marquei em um lugar público perto daqui. Não se preocupe. 
Eu sei que quando ela coloca uma coisa na cabeça, não há nada quem a faça mudar de ideia. Desejo que nós duas não cheguemos a lamentar isso. Não me soa bem.
— Está bem. Tenha cuidado.
— Chris é meu irmão Demi, o que poderia fazer contra mim?
Eu não respondo. Em seu estado normal acho que ele não faria nada, mas são raras às vezes em que está em seu estado normal.
Conversamos pela hora seguinte. Vejo-a se arrumar e meu coração aperta no peito.
— Jenny não vá! Eu sinto que não deve ir.
— Agora você é vidente? — ela brinca, mas isso não me tranquiliza.
— Por favor, não vá — murmuro — Deixei-me ir com você.
— Demi, nada vai acontecer. Chris deve estar atrás de dinheiro — hoje, vou falar claramente que isso não é mais possível. Veja, estou levando meu spray de pimenta.
Ela tira um frasco da gaveta e coloca na bolsa.
— Está se preocupando à toa.
— Se algo acontecer a você, eu nunca vou poder me perdoar. É uma droga Andrew não estar aqui.
— Não se preocupe. Tranque a porta quando sair.
Jenny pega a bengala e sai apressada. Tenho um pressentimento ruim. Devia ter insistido em ir com ela, ou melhor, devia ter ido escondido para observar de longe. É exatamente isso que vou fazer.
E que se dane o clube, e que se dane se for despedida como Ed disse que faria caso houvesse outra queixa sobre mim. Há muitos clubes pela cidade.
A quem estou querendo enganar. Esse é um dos poucos clubes com relativa segurança. Embora os clientes sejam pessoas de todos os tipos que se possa imaginar, não me obrigam a me prostituir e nem ficar totalmente nua como alguns que tem por ai. O Seduction é um clube um pouco mais exclusivo, com shows de música, strip-tease e apresentações no pole dance. Os gastos com bebidas também são relativamente alto, por isso não é qualquer pessoa a frequentá-lo. 
Bloqueio esses pensamentos e saio com pressa, se for rápida, ainda consigo encontrar com Jenny na portaria, depois eu vejo como remediar as coisas.
— Está fugindo de quem? — um homem moreno e alto bloqueia meu caminho no corredor.
A última coisa que preciso, é lidar com um idiota como Brian.
— Saí da minha frente — empurro-o sem conseguir movê-lo do lugar, um centímetro sequer.
— Ainda a mesma mal educada de sempre — ele revida, provocando-me.
— Vai pastar, seu asno! — dou a volto por ele e corro para as escadas.
A rua está bem movimentada. Olho em todas as direções para ver se a encontro e gemo com frustração. Deveria ter anotado o endereço. Agora não faço a mínima ideia para aonde ela teria ido.
Volto para meu apartamento não há nada que possa fazer agora e como sei que não vou conseguir ficar parada esperando, começo a organizar meu quarto.

***

Por volta das seis, tomo banho e arrumo minha mochila. Jenny ainda não voltou e continuo preocupada. Saio de casa e vou para o ponto de ônibus próximo ao nosso prédio. Ainda terei que pegar outro ônibus para chegar ao meu destino. Uma hora depois chego ao clube, algumas garotas estão se arrumando, enquanto outras ensaiam seus shows. Eu não preciso fazer isso, apresento o mesmo show por cerca de quatro meses. Sigo direto para um camarim, onde todas dividem o espaço.
Cumprimento algumas garotas e ignoro outras. Nem todas são simpáticas, mas essas eu já coloquei em seus devidos lugares, assim que comecei a trabalhar aqui.
No começo, causei um pouco de ciúmes em algumas delas. Sou de altura média e corpo curvilíneo.
Os meus olhos são castanhos claros, tenho longos cabelos negros e lisos, que chamam muita atenção, mas o que atrai mesmo o olhar masculino, como disse o dono do lugar, é meu rosto travesso e jeito de menina. Tudo isso parece bobagem para mim, mas é o que dizem. Não sou nada inocente, não que seja devassa ou queira me tornar uma, mas os quase dois anos em que trabalho ali me ensinou muito, sobre meu corpo, a vida e principalmente, os homens.
— Olá Demi.
— Oi Mayume — cumprimento a japonesa, que senta ao meu lado em frente ao espelho.
— Será que teremos casa cheia hoje?
— Acho que sim — sorrio, mas por educação do que vontade — Sempre está.
— Espero encontrar um bom pretende dessa vez — diz ela.
Concentro-me em terminar a maquiagem e evito respondê-la. Mayume acredita fielmente que encontrará sua tampa da panela aqui. Mas todas às vezes, acaba chorando pelos corredores. Homens que frequentam esse lugar querem apenas uma coisa. Sexo!
Passo rímel nos cílios para realçar os olhos e acrescento uma sombra escura. Finalizo com um batom vermelho. Prendo os cabelos em um rabo de cavalo para que não me atrapalhe na dança.
— Sabe, se eu soubesse que Raul era casado, não teria dado uma chance a ele. Você sabe eu tenho meus princípios.
Mayume continua o discurso a minha volta. Minha mente está em outro lugar. Espero que Jenny esteja bem e que Chris não tenha feito nada a ela. Meu show é um dos primeiros, então, assim que terminar, irei direto para casa. Geralmente faço trabalho como garçonete, às gorjetas são boas, mas estou sem cabeça essa noite.
Pego minha roupa na mochila e começo a me vestir. Coloco o top de couro brilhante, estilo garota de torcida e um minúsculo short também de couro, preso por cordões nas laterais do corpo, calço as botas e espero. Escuto o som do lado de fora. Uma loira a qual detesto abrirá a noite, em seguida Mayume, depois eu no pole dance.
Reviso meus passos mentalmente, enquanto tento manter a calma, passaria anos e eu não me acostumaria com aquilo. Gosto de dançar, mas odeio me exibir assim. Eu sei, isso é bem contraditório. Gostando ou não eu não tenho escolha, ainda.
— Tudo bem, se concentre — falo, comigo mesma.
— Acho que é minha vez — Mayume sorri para mim e caminha até a saída — Vai fazer extra
hoje?
— Não.
— Vejo você no sábado, então.
Despeço-me dela com gesto de cabeça e me concentro na garota parada em frente ao espelho.
Como cheguei até aqui? Uma pergunta que faço todas as noites. Nem em minhas mais loucas fantasias, me imaginei trabalhando em um lugar como esse.
Como gostaria de ser como Jenny e não precisar ver os olhares de cobiça e desprezo das pessoas que frequentam o ambiente. Primeiro os homens te olham como se fosse a sétima maravilha do mundo, depois, como se não valesse nada. Odeio essa parte do trabalho, principalmente quando eles tentam avançar o sinal, mesmo com todos os protestos e avisos. Para eles, todas somos prostitutas. E foram inúmeras às vezes em que saí aos tapas com algum bêbado mais insistente. Ed não estava mais tolerando esse tipo de comportamento da minha parte e já alertou que mais um escândalo e estou na rua. A música termina, e vou em direção ao palco. Mayume sorri ao descer as escadas. Tomo o lugar no palco e espero a iluminação acender. Olho ao redor e procuro algum homem que ache interessante. É um jogo que faço, sempre que eu me apresento. Finjo que ele é meu príncipe e que executo a dança apenas para ele, que no final vamos fugir dali, para nossa vida perfeita.
Meu olhar vagueia pelo salão, então, eu o vejo. Sentado em uma das mesas próximas ao palco, um dos homens mais lindo que já vi. Cabelos escuros, olhar penetrante, o maxilar parecia talhado em mármore e um sorriso. Ah, o sorriso... um sorriso torto de deboche, enquanto a loira ao lado dele fala algo em seu ouvido. Seu olhar cruzou com meu e minhas pernas ficaram bambas. Seus olhos percorrem meu corpo de cima a baixo, como se estivesse devorando cada parte minha. Sinto calor e um latejar em certa parte específica do meu corpo. Não sei por que estou agindo assim, já fiz esse jogo antes, com outros homens tão bonitos quanto ele, mas há algo diferente. Talvez seja o jeito cafajeste de me olhar, que me atraía inegavelmente.
A música começa. O acorde de Jimi Hendrix começa soar. Ele levanta o copo em direção a mim e me lança outro de seus sorrisos irresistíveis. Sorriso de “Eu vou foder você e você vai gostar disso”.
Começo meu número, os acordes e a voz melodiosa ao fundo me guiam na dança sensual.
Pela primeira vez, desejo realmente sair do palco acompanhada pelo meu príncipe misterioso. Não.
Ele parece um motoqueiro, pronto para me jogar na garupa e me guiar para um mundo desconhecido, mas repleto de prazer.
Nunca dancei tão sensualmente como hoje, e sinto cada parte de meu corpo excitado e queimando como brasa. Seu olhar sobre mim é dominador. Vejo seus olhos arderem de desejo como os meus. Meus olhos fixam em sua boca e quase caio do mastro ao vê-lo passar a língua sobre eles, mordendo em seguida.
Cacete. Estou dançando que nem uma louca, tentando parecer tão sensual quanto a Beyoncé e, o cara só precisar morder os lábios para ser a criatura mais sexy do planeta. A vida é realmente injusta.
A música termina e as luzes apagam. É o momento que tenho para sair do palco para que outra se prepare. Saio com a sensação de que estou perdendo algo. Afasto esse sentimento rapidamente. É só mais um cara bonito.
Menos falsidade aqui. É o homem mais bonito e sexy que já conheci. Por ele eu faria qualquer coisa. Até mesmo ignorar minhas regras de nunca sair com um dos clientes do clube. Na realidade, não saio com ninguém desde John. Esse é meu problema, abstinência sexual. Estou em um local onde se respira sexo, então é completamente natural que em uma hora ou outra, minha libido aparecesse.
— Nossa, hoje você foi de cair o queixo — Mayume vem de encontro a mim nas escadas,
com um drinque tropical na mão — Aquele homem lindo ali, mandou que entregasse a você.
Ela me aponta o meu deus grego. Ele me encara com olhar penetrante e o sorriso cafajeste nos lábios. Viro o drinque num gole só e me dirijo a saída.
— Espere! Não vai agradecer a ele?
— Não — grito para garota atrás de mim — Me ensinaram a não brincar com fogo. Eu quero ser arquiteta e não bombeira.
Saio correndo em direção ao camarim, eu troco de roupa com uma velocidade espantosa. Não me preocupo em tirar a maquiagem. Pego a mochila e vou para o ponto de ônibus. Meu corpo ainda está trêmulo e quente.
Cinco minutos depois, estou parada no ponto próximo ao clube. Observo o entra e sai enquanto espero meu ônibus chegar. O drinque anterior começa fazer efeito, não eu que vá ficar bêbada com um drinque, mas como já tem algumas horas que comi e não tenho costume de beber, sinto-me um pouco leve, feliz.
Meus olhos arregalam quando o vejo saindo acompanhado da mulher loira. Imediatamente ele me vê e apesar da minha calça jeans e camiseta, sei que me reconhece. Vejo-o dizer alguma coisa a loira e vir em direção a mim. Meu coração acelera e começo a entrar em pânico. O que vou fazer ou dizer para ele? Pela primeira vez na vida, vejo-me sem palavras. Olho para a rua a minha frente e vejo um ônibus se aproximando. Não é o que vai para meu bairro, não importa. Faço a primeira coisa que me vem à cabeça, salto em frente ao ônibus como uma louca. Entro apressadamente, sem prestar atenção nos protestos do motorista, alguma coisa sobre eu querer me matar. Prefiro isso que a enfrentar essa tentação.
Pago a passagem, sento-me no primeiro banco que encontro e encaro o homem com olhar abismado, do lado de fora. Só agora noto os incríveis olhos esverdeados, lindos. Ele bate no vidro da janela, para minha paz de espirito, o ônibus entra em movimento. Com ousadia levo minha mão aos lábios e sopro um beijo para ele, começo a rir incontrolavelmente da sua cara de surpresa. Ponto para mim! Só que, estranhamente, sinto-me como se eu tivesse perdido. Alguns minutos depois, desço no próximo ponto, ainda com esse sentimento de vazio.
Chego ao meu prédio e vejo que já passam das duas da manhã. Estou muito cansada e quase caindo pelos cantos. Subo as escadas com lentidão, enquanto a imagem daquele homem me assombra a cada minuto. Definitivamente preciso de cama, se fosse com ele, melhor ainda. Caramba! De onde surgiu esse pensamento?
Assim que atravesso a porta que dá para o corredor, eu paraliso. Há um homem em frente ao apartamento da Jenny. Sinto meu coração apertar no peito. O que aquele gorila faz parado em frente a porta dela?
— Quem é você?
— Está falando comigo? — pergunta ele.
— Não. Estou falando com Gasparzinho do seu lado — retruco, irritada — Quem é você e o que faz aqui?
— Acho que não é da sua conta?
O que? Não é da minha conta? Que tipo de maníaco ele é?
Imediatamente a imagem de Jenny jogada no chão, ensanguentada me vem à cabeça.
— O que fez a Jenny? Saia da minha frente!
Tento remover a massa de músculos, sem sucesso.
— Saia ou juro que vou chamar a polícia.
— Tenho ordens para não sair. A moça pode fazer o que quiser.
— Seu maníaco desgraçado — bato em seu peito, enquanto lágrimas vêm aos meus olhos —
Jenny! Jenny!
— Fica quieta sua maluca — ele começa a resmungar e segura meus pulsos, com força — Pare com isso!
Para o bem da minha sanidade mental a porta é aberta e Jenny aparece com olhar confuso.
— Graças a Deus Jenny — aproveito da surpresa dele e me solto. Passo por debaixo dos braços do homem e me jogo de encontro a ela. Nós duas caímos no chão, devido à força em que me lanço — Como você está? Esse louco não quis me deixar entrar.
— Que louco? O que está acontecendo, Demi? — suas mãos vagueiam pelo meu corpo — Alguém a machucou?
— Ninguém me machucou, mas há um homem parado na sua porta.
— O que? — o grito é estridente.
— Desculpe senhorita, mas o senhor Durant pediu que ficasse aqui e fizesse a guarda — ele
responde.
— Maldito homem! — Jenny protesta.
O que está acontecendo e quem é esse tal Durant?
— Jenny eu acho que tem algumas coisas para me contar, não é?
Levanto-me e fecho a porta na cara do grandalhão. E ele que se atreva a entrar.

que encontro hein, Demi seduzindo o Joseph hahaha
Demi mandando beijo para o Joseph de dentro do ônibus hahaha
qual será a reação dele? só no próximo capítulo saberão.
e quem será esse Durant? o que será que ele quer com a Jenny?
o que acharam? espero que tenham gostado.
até logo, bjs amores <3
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10 comentários:

  1. Respostas
    1. que bom que gostou amor, fico muito feliz.
      vou postar hoje, bjs <3

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  2. Respostas
    1. que bom que gostou amor, fico muito feliz.
      vou postar hoje, bjs <3

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  3. Amei!!! Ansiosa para o próximo!!! Posta logo por favor!!!

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  4. Curiosa sobre a Jenny, será que ela é filha de algum mafioso? LOL
    MORRENDO DE RIR COM DEMI CORRENDO DO JOE
    Posta assim que puder, ansiosa!
    Xoxo.

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    1. só saberão nos próximos capítulos hahaha
      essa parte foi demais, Demi só tentando ele kkkkkk
      vou postar hoje, bjs lindona <3

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  5. Eu amei e mal vejo a hora de voce continuar! Parabens e vc ganhou uma nova leitora. ❤

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    1. seja muito bem vida lindona.
      que bom que gostou amor, fico muito feliz.
      vou postar hoje, bjs <3

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