30/09/2016

breathe: capítulo 23


Joseph me levou até o galpão. 
Eu havia passado muito tempo imaginando o que ele fazia lá dentro. Depois de destrancar as portas, ele as abriu. Estava escuro, quase não dava para enxergar nada, até que Joseph acendeu uma lâmpada. O lugar se iluminou, e ele me conduziu para dentro. 
— Charlie… — murmurou ele, os olhos percorrendo o lugar, que mais parecia uma pequena biblioteca. As prateleiras estavam repletas de livros infantis e clássicos como O sol é para todos, além de uma coleção imensa de títulos do Stephen King. As estantes eram artesanais, e eu sabia que Joseph as havia feito. 
Uma delas estava repleta de brinquedos, dinossauros, soldadinhos, carrinhos. 
Mas não foram os brinquedos e as prateleiras que me deixaram mais impressionada. Olhei para as paredes e estudei cada palavra esculpida na madeira. Ele encheu as paredes com bilhetes, lembranças e pedidos de desculpas. 
— Sempre que sentia falta dele... sempre que pensava nele, eu deixava algo registrado na madeira — explicou Joseph enquanto meus dedos contornavam cada palavra que ele escrevera e nunca mostrara a ninguém... até agora. 
Me perdoe por ter deixado você.
Me perdoe por não ter ido com vocês. 
Me perdoe por não ter deixado você ler alguns livros. 
Me perdoe por não ter levado você para pescar. 
Me perdoe porque você nunca vai se apaixonar. 
Queria poder esquecer. 
Sinto tanta saudade... 
— Além disso — sussurrou ele. — Ashley sempre pediu que eu construísse uma biblioteca para ela, e eu sempre ficava enrolando. Pensei que teria tempo, mas às vezes o amanhã nunca chega e você acaba sozinho com as memórias do passado. 
Quando olhei para ele, vi que estava piscando para conter as lágrimas. Dava para sentir a dor constante em sua mente, em seu coração. Fui até ele. 
— Não foi culpa sua, Joseph. 
Ele balançou a cabeça. 
— Foi sim. Se não estivesse correndo atrás da minha carreira idiota, eu estaria com eles. Cuidaria deles, estariam vivos. 
— O que aconteceu com eles? 
Ele abaixou a cabeça. 
— Não consigo. Não consigo falar daquele dia. 
Ergui o rosto para encontrar seu olhar. 
— Tudo bem, eu entendo. Mas eu queria que você soubesse que não foi sua culpa, Joseph. Preciso que você entenda isso. Você foi o melhor pai e o melhor marido que pôde — os olhos de Joseph diziam que não acreditava em mim. — Depois da morte deles, qual foi o pior momento? Qual foi o momento de maior fraqueza? 
Ele hesitou por um instante. 
— Na véspera do enterro, eu tentei me matar — sussurrou ele. — Sentei no banheiro dos meus pais e tentei acabar com minha vida. 
Ah, Joseph… 
— Lembro que olhei no espelho e soube naquele momento que meu coração tinha morrido com eles. Soube que estava morto, entende? E eu me sentia bem com isso. Eu me sentia bem em ser indiferente e ruim, porque estava convencido de que não merecia a atenção de outras pessoas. Eu me afastei dos meus pais porque eu era meu fantasma. Queria muito morrer, achei que seria melhor, mais fácil. Mas conheci você e me lembrei de como era existir. — seus lábios se aproximaram dos meus, e meu coração disparou. A voz dele me provocava um arrepio. — Demi? 
— Sim? 
— Com você é mais fácil. 
— O que é mais fácil? 
Ele levou a mão às minhas costas. Nós nos abraçamos, aos poucos, nossos corpos se tornaram um só. Seus dedos percorreram meu pescoço, e fechei os olhos enquanto ele falava com minha alma. 
— Estar vivo. 
Respirei fundo. 
— Você é bom, Joseph. Você é muito bom. Mesmo nos dias em que você se sente desprezível. 
— Posso ver sua alma agora? — perguntou ele. Concordei, apreensiva, e o conduzi até a minha casa. 
— Cartas de amor? — perguntou ele, sentado no meu sofá enquanto eu abria a caixa de alumínio em formato de coração. 
— Sim. 
— Do Zachary pra você? 
Balancei a cabeça. 
— Minha mãe escrevia para o meu pai, e ele para ela, quase todos os dias, desde que se conheceram. Depois que ele morreu, passei a ler as cartas. Era uma maneira de me lembrar dele. Mas, um dia, mamãe jogou tudo no lixo. Eu as encontrei... e ainda as leio sempre. 
Joseph pegou uma delas e leu. 
— “Você está dormindo ao meu lado e, a cada segundo, te amo um pouco mais. DL.” 
Esta sempre me fazia sorrir. 
— Eles não eram felizes o tempo todo. Descobri coisas que nem imaginava quando comecei a ler as cartas — procurei uma específica no fundo da caixa. — Como esta daqui. “Sei que se sente menos mulher. Sei que culpa seu corpo pela perda. Sei que não se sente completa por causa do que os médicos disseram. Mas está errada. Você é forte, sábia e indestrutível. Você é tudo de mais belo no mundo. E sou um homem de sorte por ter você como minha deusa. PL.” Eu não sabia que eles tinham perdido um filho antes de mim. Não sabia... — sorri para Joseph, que absorvia tudo. — Enfim, foi através dos meus pais que vi o que era um amor verdadeiro. Só queria que nós também tivéssemos trocado cartas. Teria sido tão bom. 
— Lamento muito — disse ele. 
Concordei, porque eu também lamentava. 
Fechei a caixa e sentei mais perto de Joseph no sofá. 
— Como sua mãe enfrentou a morte dele? — perguntou. 
— Ela não enfrentou. Usou outros homens para esquecer. Ela está completamente perdida desde o dia em que meu pai morreu. É muito triste, porque também sinto saudades dela.
— Sinto saudades dos meus pais. Depois que Ashley e Charlie morreram, eu fugi, porque eles queriam me consolar e eu não merecia o amor deles. 
— Talvez você devesse ligar pra eles. 
— Não sei... — sussurrou Joseph. — Ainda acho que não mereço ser consolado. 
— Em breve, então. 
— Sim. Talvez, em breve... — e mudou de assunto: — Qual foi a pior parte daquela semana pra você? Seu pior momento? 
— Contar a Elizabeth. Não fiz isso na hora. Na primeira noite, deitei com ela na cama, e ela perguntou onde estava o papai, que horas ele iria chegar. Eu me acabei de tanto chorar, e foi aí que percebi a verdade: minha vida nunca seria mais a mesma — Joseph passou os dedos pelos meus olhos, secando as lágrimas que nem percebi que estavam caindo. — Tudo bem, estou bem. 
Ele balançou a cabeça. 
— Não está. 
— Estou. Estou bem. Estou bem. 
— Você não precisa estar bem o tempo todo. É normal sentir a dor de vez em quando. É normal se sentir perdida, como se estivesse andando no escuro. São os dias ruins que tornam os bons ainda melhores. 
Passei as mãos em seus cabelos e encostei meus lábios nos dele. 
— Me beija — sussurrei, sentindo as batidas do coração de Joseph ao tocar seu peitoral. 
Ele hesitou. 
— Se eu te beijar agora, não poderemos voltar atrás. Se eu te beijar... nunca mais vou querer parar. 
Passei a língua pelo seu lábio, usando-a para abrir sua boca. 
— Me beija — sussurrei. 
As mãos de Joseph deslizavam pelas minhas costas, fazendo movimentos circulares, e ele me trouxe para perto de si. Estávamos tão próximos que era difícil dizer se éramos duas pessoas ou uma só alma à procura de sua chama interior. 
— Tem certeza? — perguntou. 
— Me beija. 
— Demis… 
Dei um leve sorriso e pousei um dedo nos lábios dele. 
— Vou pedir pela última vez, Joseph. Me be... 
Não precisei terminar a frase e, mais tarde, mal consegui me lembrar de quando Joseph me carregou para o quarto. 


***

Apoiei minhas costas na cômoda, com Joseph pressionando meu corpo. Suas mãos seguravam minha cintura com firmeza, e nossos lábios se encontraram. Sua boca explorou cada pedacinho da minha, tornando nossa ligação ainda mais intensa, e seus dedos deslizaram pela minha coluna, fazendo-me sentir calafrios. A língua de Joseph abriu caminho pela minha boca, encontrando a minha língua, as duas dançando juntas. Seus braços me envolveram com força, e eu cravei as unhas nas costas dele, agarrando-me a ele como se fosse a melhor coisa do mundo. Ele é a melhor coisa do mundo. Inclinei a cabeça para o lado enquanto minhas mãos subiam, meus dedos se enroscando em seus cabelos, forçando-o a me beijar com mais intensidade, com mais força, mais rápido... 
— Joseph... — gemi, e ele grunhiu. Passei a mão por cima da camisa dele e senti aquele corpo musculoso, escondido. Estou adorando me apaixonar por ele
Não imaginava que isso fosse possível. Não sabia que um coração, mesmo aos pedaços, ainda poderia bater por amor. 
Joseph me ergueu e me colocou na beirada da cama. Sua respiração estava ofegante. Seu desejo, nítido. 
— Quero tanto você, Demis. — ele suspirou, passando a língua pela minha orelha, descendo e beijando meu queixo, parando em meus lábios. Ele movia a língua como se tentasse descobrir cada pedacinho de mim, e cada movimento me fazia gemer. Sua mão deslizou por baixo do meu vestido, e eu o vi tirar minha calcinha e jogar num canto do quarto. Em seguida, abriu minhas pernas, permitindo que eu sentisse sua ereção. O desejo em seus olhos me fez sorrir. Eu soube, naquele momento, que ele sempre me faria sorrir. 
Joseph agarrou meu vestido e começou a tirá-lo bem devagar, admirando cada parte do meu corpo, cada curva. 
— Os braços — ordenou ele com uma voz rouca, e eu os ergui para que Joseph terminasse de tirar a peça, jogando-a perto da calcinha. — Linda — murmurou antes de se inclinar e beijar meu pescoço. Cada vez que seus lábios tocavam minha pele eu sentia meu coração acelerar. Sua língua passou pela curva do meu sutiã, ele desabotoou o colchete e jogou-o junto da pilha de roupas. Meu corpo estremeceu quando seus dedos circularam meus mamilos duros. Comecei a tirar a camisa dele, revelando seu abdômen definido. 
— Os braços — ordenei. 
Joguei a camisa na pilha de roupas, que crescia a cada minuto. Ele não perdeu tempo, e sua língua percorreu meus seios. Seus beijos se tornaram mais intensos, chupando meus mamilos com força. Minha respiração começou a ficar pesada, faminta, desesperada pelo seu toque. 
— Joseph... assim — murmurei, minha cabeça se inclinando para trás diante da forma como a língua dele controlava meu corpo. 
— Deita — pediu ele. Obedeci e fechei os olhos, passando os dedos em seu peito. Eu estava nervosa, tentando antecipar seu próximo toque. A excitação tomava conta de mim. Quando ele iria me tocar? Onde? 
Arqueei meu quadril quando senti sua língua molhada passar entre as minhas coxas. 
— Quero provar você, Demis. Quero provar cada pedacinho seu. 
Ele suspirou. Suas mãos agarraram minha bunda e ergueram meu quadril, e então senti sua língua dentro de mim. Seus movimentos começaram lentos, mas logo ele passou a usar a língua com mais força e entusiasmo, e meu corpo, que antes já estava trêmulo, agora implorava por mais. Joseph foi ainda mais fundo, e meus dedos agarraram seus cabelos novamente. Eu não queria nada além dele dentro de mim. 
— Por favor, Joseph — supliquei, meu quadril se movendo quando ele colocou dois dedos dentro de mim e continuou a usar a língua. — Quero você... 
Ele parou, levantou e começou a tirar os jeans. 
— Me diz como você quer. Me diz como você me quer — ordenou, sem desviar os olhos de mim. 
— Eu não quero que seja delicado — eu disse, quase sem fôlego. Meus olhos admiravam sua ereção enquanto ele tirava a calça. Meus dedos agarraram sua cueca boxer, e em segundos ele estava nu. — Quero ver as sombras que não te deixam dormir. Quero que me beije com toda a escuridão que há dentro de você. 
Joseph me ergueu da cama e me colocou de frente para a cômoda, e eu apoiei as mãos nas gavetas. Ele foi até a calça no chão bem depressa, tirou a carteira do bolso e pegou uma camisinha, em seguida abriu-a, desesperado, e colocou-a. Em questão de segundos ele estava atrás de mim, seu corpo pressionando minha alma nua. Os dedos dele acariciaram minhas costas até chegarem na curva da minha bunda. 
— Demis — disse ele, ofegante como eu. — Não vou te machucar — e ergueu minha perna esquerda, sustentando-a com seu braço. 
Eu sei, Joseph. Eu sei
De uma só vez ele entrou em mim, com força, me fazendo gemer alto. Enquanto segurava minha perna com um braço, sua outra mão acariciava meus seios. 
Sua respiração era irregular. 
— Você é tão gostosa, Demis… Tão gosto... 
As palavras sumiam enquanto ele se movia dentro de mim. Estar tão perto de Joseph, não apenas fisicamente, mas compartilhando com ele nossas emoções mais sombrias, fez meus olhos se encherem de lágrimas. Ele era belo. Era assustador. Era real. 
Isso não é um sonho. É real. 
Ele saiu de dentro de mim e me virou para que eu pudesse olhar para ele. 
Suas mãos me agarraram por trás, me forçando a enlaçar minhas pernas em sua cintura. O corpo dele era a única coisa que me impedia de cair. Ele encostou a testa na minha e entrou em mim novamente. 
— Não feche os olhos — suplicou. Seu olhar estava cheio de desejo, de paixão, de... amor? 
Ou talvez eu estivesse vendo apenas um reflexo dos meus sentimentos. De qualquer forma, eu gostava das emoções que ele despertava em mim. Joseph continuou entrando com força e saindo bem devagar. Eu tremia, meus olhos queriam se fechar, mas não conseguiam. Eu queria que eles ficassem abertos. Queria olhar para ele. 
Eu estava a segundos de... 
Eu estava a segundos de entregar meu corpo. A segundos de me perder e me encontrar em Joseph Jonas. 
— Eu vou... — murmurei, meu corpo trêmulo, o orgasmo tomando conta de mim, as palavras se esvaindo. Meus olhos se fecharam, e senti a boca de Joseph na minha, meu corpo vibrando junto ao dele. 
— Cara, como eu adoro isso, Demi. Adoro quando você se perde em mim — seu sorriso pairou sobre meus lábios, e eu gemi. 
— Quero cada parte de você — supliquei. — Por favor. 
— Eu sou seu. 
Naquela noite dormimos nos braços um do outro. No meio da madrugada, acordamos e começamos tudo de novo, nos perdemos e nos encontramos, juntos. De manhã bem cedo, a mesma coisa. Cada vez que ele entrava em mim, era como se estivesse se desculpando por algo. Cada vez que me beijava, parecia que suplicava meu perdão. Cada vez que ele piscava, eu podia jurar que enxergava sua alma.


Que lindo esse capítulo, eles estão se apaixonando e agora não pensaram nem na Ashley e nem no Zachary
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bjs amores e até o próximo <3

28/09/2016

breathe: capítulo 22


— Acho que ainda não fomos apresentados oficialmente — disse Selena, enquanto dançávamos juntos. — Então você é o pênis que está passeando pela vagina da minha melhor amiga. 
Bem, não deixa de ser. 
— E você é a melhor amiga totalmente inconveniente. 
Ela abriu um grande sorriso. 
— Sou mesmo. Olha, esse é o momento em que eu falo que se você machucar Demi, eu te mato. 
Eu ri. 
— Nós somos só amigos. 
— Você está de brincadeira, não está? Meu Deus. Vocês dois são os seres humanos mais ignorantes do planeta. Sério, você não percebeu que minha melhor amiga está se apaixonando por você? 
— O quê?
— Olha pra ela — exclamou Selena, voltando-se na direção de Demi. — Ela não para de olhar pra nós, porque está com medo de você me fazer rir, ou de que eu toque suas bolas, ou de que bata um vento e seu pau vá parar na minha boca. 
— Peraí, o quê? 
— Ah, cacete! Vou ter que desenhar? Ela está com ciúmes, Joseph.
— De nós? 
— De qualquer pessoa que olhar pra você. — Selena ficou séria. — Só vai com calma, tá? Não destrua o coração dela. Já está em pedaços. 
— Não se preocupe — dei de ombros. — O meu também está — percebi Stephen me encarando. — E ele? Também está com ciúmes e secretamente apaixonado por mim? 
Selena encarou Stephen com desprezo. 
— Não. Ele só te odeia mesmo. 
— Por quê? 
— Porque, por alguma razão, Demi escolheu você e não ele. Posso contar um segredo? 
— Acho que não. Não. 
Ela sorriu. 
— Não importa, vou te contar de qualquer jeito. Na véspera do casamento da Demi e do Zachary, à noite, Stephen apareceu cambaleando, bêbado, na casa dela. Ela já estava dormindo, e por sorte eu abri a porta. Ele disse que Demi estava cometendo um erro, que ela deveria se casar com ele, e não com Zachary. 
— Ele é apaixonado por ela esse tempo todo? 
— Amor, tesão, querer o que não pode ter, eu não sei. De qualquer forma, ele está arrasado, porque ela voltou para a cidade e não deu a menor bola para ele. Provavelmente, Stephen pensou que, quando ela voltasse, eles ficariam juntos, mas levou um baita soco no estômago quando ela pegou o maior idiota da cidade — ela parou e sorriu. — Sem ofensa. 
— Obrigado pela parte que me toca. 
Girei e puxei-a para perto de mim. 
— Só para registrar, não te acho mais um idiota — Selena abriu um sorriso ainda maior. — Dentro de algumas semanas será aniversário da Demi, e você está convidado para a festa. Vai ser uma excelente oportunidade pra ela dançar em cima do balcão de um bar e se livrar dos demônios que a assombram de vez em quando, e você terá total permissão pra usar a vagina dela nessa noite.
Eu ri. 
— Você é muito generosa. 
— O que posso dizer? — ela piscou. — Sou uma amiga maravilhosa. 


***

Depois de dançar com Selena, sentei no canto do salão, tentando absorver tudo que havia descoberto. Vi Demi falando com Sam e abraçando-o, antes de ele ir embora. Acho que a noite deles acabou. Bom. Quando Demi sentou-se à minha frente, não consegui ignorar as batidas descompassadas do meu coração. 
— Parece que você e Selena se entenderam muito bem — comentou ela. 
— Posso dizer a mesma coisa de você e do Stephen — respondi. 
— Não é a mesma coisa. Eu e Stephen somos só amigos. Então... ela te convidou pra uma noite de sexo casual? Aposto que você disse sim. Mas não acho que seja uma boa ideia, com todos os problemas pelos quais você está passando — ela mordeu o lábio inferior. — Ela te convidou para sair? 
Ergui uma sobrancelha diante de sua pergunta atrevida. 
— Essa pergunta é séria? 
— Só estou dizendo que enfiar seu pau numa mulher não é a melhor forma de lidar com o estresse da vida. 
— Mas não era exatamente isso que nós estávamos fazendo? 
— E não funcionou, não é mesmo? 
Selena estava certa. Quando observei as feições de Demi, tudo ficou claro. Seu rosto estava vermelho, e ela esfregava as mãos nas coxas. Nosso olhar se encontrou. Puxei a cadeira para mais perto, coloquei suas pernas entre as minhas e sussurrei: 
— Agora eu entendi. 
Um suspiro escapou de seus lábios, e Demi avaliou o quão próximos estávamos um do outro. 
— Entendeu o quê? 
— Você está com ciúmes. 
Ela bufou alto e riu. 
— Ciúmes? Não seja ridículo, Narciso. 
Com uma voz suave, peguei suas mãos. 
— Não precisa ficar envergonhada. É completamente normal se sentir atraída pelo vizinho depois de um tempo. Por que você acha que é ridículo? 
Demi arrancou as mãos das minhas, e segurei o riso ao ver que ela estava ainda mais vermelha. 
— Por quê? Você quer as razões, então? Para começar, você nem fez a barba. Com esse gorro e essa barba, fico até surpresa por você não estar vestindo uma camisa xadrez. Você toma banho? 
— Tomo. Se você quiser, podemos voltar pra minha casa e tomar banho juntos pra economizar água. 
— Não sabia que você era um ativista ambiental. 
— Nada disso. Eu só gosto de deixar você molhada — as bochechas dela coraram, e eu observei suas sardas. Ela era bonita pra cacete. — Além do mais — continuei, tentando não pensar no fato de que sentia por ela tudo o que imaginava que ela sentia por mim. — Vi que você instalou o Tinder no seu celular. Ninguém está apontando o dedo na sua direção, te julgando. Talvez esteja fazendo isso em silêncio, com um olhar de esguelha, e na boa, isso nem conta. 
— Esse aplicativo estava aparecendo o tempo todo no feed do Facebook! Selena me obrigou a instalar esse troço, só fiquei curiosa, só isso
Demi estava cada vez mais vermelha, e meu corpo começou a reagir à proximidade entre nós. Queria acariciar seu rosto e sentir seu calor. Queria acariciar seus seios e sentir o coração batendo rápido, tamanho o nervosismo dela. Queria provar seus lábios... 
— Qual é o lance entre você e Stephen? — perguntei novamente. 
— Já falei, somos apenas amigos. 
— Parecia muito mais que isso, pela forma como ele te abraçava. 
Ela baixou os olhos. 
— Quem está com ciúmes agora? 
— Eu. 
— O quê? — ela ergueu a cabeça, seu olhar encontrando o meu. 
— Eu disse que senti ciúmes. Senti ciúmes da mão dele nas suas costas. Senti ciúmes quando ele falou algo com você ao pé do ouvido. Senti ciúmes quando ele olhou em seus olhos, e eu fui obrigado a ficar quieto vendo tudo. 
— O que você está fazendo? — perguntou ela, confusa, a respiração entrecortada. Meus lábios tocaram levemente os dela. Suas mãos repousaram na minha calça jeans. Meus dedos envolveram os seus. Estávamos tão próximos que, por um instante, achei que ela estava sentada no meu colo e que eu podia ouvir as batidas de seu coração. 
Aos poucos, o lugar se tornou mais barulhento. As pessoas começaram a ficar bêbadas, a comer e falar sobre coisas medíocres. Mas meus olhos... estavam fixos em seus lábios. Nas curvas de sua boca. Na cor de sua pele. Nela
— Joseph, pare — murmurou Demi. Ela parecia tão confusa quanto eu, mas seu corpo se recusava a fazer o que sua mente ordenava. 
— Diga que você não me quer — supliquei. Afaste-se de mim. 
— Eu... — gaguejou ela. 
Sua voz estava trêmula, e eu conseguia ouvir o medo em alto e bom som. Em meio aos temores e dúvidas, porém, notei um suspiro de esperança. Eu queria me agarrar o máximo possível àquilo. Queria ver a esperança que ela escondia no fundo de sua alma. 
— Joseph… você acha… — ela riu, ansiosa, e passou a mão pela testa. — Você pensa em mim? Quero dizer... — gaguejou Demi novamente e ficou em silêncio. O nervosismo consumia seus pensamentos, confundia-os. — Você já pensou em mim como algo mais do que sua amiga? 
Demi viu a resposta em meus olhos. Senti a alma dela tocando a minha, seu olhar repleto de surpresa e curiosidade, sua beleza envolta em uma aura de mistério. 
Eu pisquei. 
— A cada segundo. Cada minuto. Todos os dias. 
Ela assentiu, fechando os olhos. 
— Eu também. A cada segundo. Cada minuto. Todos os dias. 
Afaste-se, Joseph. 
Afaste-se, Joseph. 
Afaste-se, Jos... 
— Quero beijar você. A Demi triste, devastada. A verdadeira Demi. 
— Isso mudaria as coisas. 
Ela tinha razão. Seria como cruzar uma linha invisível. Sei que a beijei antes, mas era diferente. Foi antes de me apaixonar por ela. De me apaixonar perdidamente. Soltei o ar que estava preso em meu peito e vi que ela fez o mesmo. 
— E o que aconteceria se eu não te beijasse? — perguntei. 
— Acho que eu iria te odiar um pouquinho — respondeu ela suavemente, meus lábios a milímetros dos dela. — Na verdade, acho que eu iria te odiar muito. 
Meus lábios tocaram os de Demi, que se inclinou em minha direção, as mãos agarrando minha camisa. Quando minha língua deslizou para dentro de sua boca, fazendo amor com a dela, Demi soltou um gemido baixo. Ela retribuiu meu beijo com intensidade, quase sentando em meu colo, entregando-se a mim. 
— Quero que você me deixe entrar na sua vida — murmurou. 
Tive que me controlar muito para não abraçá-la e levá-la para minha casa para explorar cada parte de seu corpo. Queria senti-lo junto do meu. Queria me perder nela. Mordi seu lábio inferior e a beijei gentilmente. 
— Quero conhecer você, Joseph. Quero saber aonde você vai quando deseja esquecer tudo. Quero saber o que faz você acordar de seus pesadelos. Quero ver a escuridão que você luta diariamente para esconder. Você pode fazer uma coisa por mim? — perguntou ela. 
— Qualquer coisa. 
As mãos de Demi pousaram em meu coração, e ela sentiu meu peito subir e descer com a ponta dos dedos. 
— Mostre pra mim o que você tenta esconder. Mostre onde dói mais. Quero ver sua alma.

Selena aproximando os dois aw
Definitivamente esse capítulo ficou maravilhoso, agora que eles vão começar entrar um na vida do outro
Os dois sentindo ciúmes um do outro <3
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26/09/2016

breathe: capítulo 21


Alguns dias depois, Sam ligou para saber se eu queria sair com ele na sexta-feira. Achei até que ele tinha esquecido, porque já fazia um tempo desde que ele me convidou para dar uma volta pela cidade, mas acho que algumas pessoas são mais lentas mesmo. Na sexta, ele apareceu na minha casa dirigindo a caminhonete da loja do pai. Da janela, observei-o sair do carro e ajeitar a gravata-borboleta. Ele começou a andar na direção da casa, mas depois parou e voltou. Fez isso umas cinco vezes antes de, finalmente, chegar à varanda. Diante da porta, hesitou, tentando decidir se batia ou não. 
Joseph se aproximou por trás de mim e ficou analisando os movimentos de Sam. 
Ahh, você tem um encontro hoje à noite? 
Joseph passava uns dias no meu quarto de hóspedes enquanto a casa dele estava sendo pintada. Naquela noite, apresentei a ele algumas ideias e avaliamos minhas sugestões de decoração. Ele não parecia nem um pouco interessado, mas eu estava muito feliz em trabalhar novamente numa coisa que amava. 
— Não é bem um encontro — respondi. — Só vamos passear um pouco pela cidade, sair de casa. — Joseph ergueu a sobrancelha. — Por quê? Algum problema? — perguntei. 
— Você sabe que pra ele isso é um encontro, não sabe? 
— O quê? Não, nada disso. Ele só não quer que eu fique trancada em casa. — Joseph me dirigiu um olhar do tipo “a quem você pensa que está enganando?”. — Cala a boca, Joseph. 
— Eu só quero dizer que, na cabeça do nosso amigo stalker, é um encontro, sim. 
— O quê? Como assim, stalker? — perguntei baixinho. Joseph olhou para mim, rindo, e se afastou. — Joseph! O que quer dizer com isso? 
— Desde que se mudou pra cá, ele tem fama de ser muito... assertivo, só isso. Eu já o vi seguindo várias garotas na cidade durante as minhas corridas. Ele falou aonde vai te levar? — Sim, e não é um lugar nada propício a um encontro. Acho que você está totalmente enganado. 
— Na reunião do conselho da cidade? 
— Exato — exclamei, animada com a ideia. — E você não levaria alguém à reunião do conselho se quisesse ter um encontro romântico — Joseph comprimiu os lábios, como se estivesse segurando o riso. — Para com isso — ouvi uma batida na porta. — Ele não pode achar que é um encontro, certo? 
— Aposto 10 dólares que o stalker vai perguntar, durante o discurso do xerife Johnson, se você não quer ir depois da reunião naquele bar-karaokê que sempre tem peixe frito e música pra dançar. 
— Você não vai querer me pagar os 10 dólares. 
— Isso mesmo, não quero. Mas não faz diferença, porque sei que vou ganhar a aposta — debochou ele, confiante. — O stalker vai dar em cima de você. 
Segunda batida na porta
— Pare de chamá-lo de stalker! — sussurrei, sentindo meu batimento acelerar. — Ele não vai me convidar pra ir ao bar. 
— Quer apostar ou não? — perguntou Joseph, estendendo a mão. 
Apertei a mão dele. 
— Tudo bem, 10 dólares que não é um encontro. 
— Ah, Demis, esse é o dinheiro mais fácil que já ganhei. 
O apelido saiu de seus lábios naturalmente. Quando soltei sua mão, tentei disfarçar o quanto isso havia me deixado abalada. 
Terceira batida na porta
— O que foi? 
— Você me chamou de Demis — ele ergueu a sobrancelha, confuso. — É que... só Zachary me chamava assim. 
— Desculpe. Foi sem querer. 
— Não, não. Eu gostei. 
Senti falta disso... Dei um sorriso. Ficamos nos olhando como se nossos pés estivessem presos no chão. 
— Eu gostei — repeti. 
— Então vou continuar a te chamar assim. 
Quarta batida na porta. 
— Bom, acho que você deveria... 
Joseph inclinou a cabeça na direção da porta. Assenti e corri para abrir a porta para Sam, que estava com um sorriso imenso no rosto, segurando um buquê de flores. 
— Oi, Demi. — Sam me entregou as flores. — Nossa, você está muito bonita. São pra você. Eu estava lá fora e percebi que não tinha comprado nada, nem sei por quê. Então, peguei essas flores do seu jardim. — ele olhou para Joseph, que estava em pé, perto de nós. — O que esse idiota está fazendo aqui? 
— Ah, Sam. Esse é Joseph. Joseph, esse é Sam. A casa do Joseph está sendo pintada, e ele está passando uns dias aqui, comigo e com Elizabeth. 
Joseph estendeu a mão para Sam, com seu belo sorriso no rosto. 
— Prazer em conhecê-lo, Sam. 
— O prazer é meu — disse Sam, cauteloso. 
Joseph deu uns tapinhas nas costas dele, sarcástico. 
— Não precisa ser tão formal. Fique à vontade pra me chamar de idiota. 
Eu ri. Que babaca
Sam pigarreou. 
— Desculpe pelas flores. Eu deveria ter comprado alguma coisa na cidade, mas... 
— Não se preocupe, cara — falou  Joseph, ciente de que estava deixando Sam ainda mais desconfortável. — Por que você não entra e senta na sala com Demi enquanto eu procuro um vaso para colocar as flores? 
— Tá. Tudo bem — concordou Sam, permitindo que eu pegasse as flores da mão dele. — Cuidado. Tem espinhos. 
— Não se preocupe. Obrigada, Sam. Sente um pouco, eu já volto. 
Joseph já estava rindo quando pus os pés na cozinha. 
— Se você continuar a me olhar desse jeito, vou te bater, Joseph. Isso não é um encontro. — ele riu, dissimulado. — Não mesmo! 
— Ele roubou flores do seu jardim pra te dar. É muito mais sério do que eu pensava. Ele te ama. Um amor tipo Bonnie e Clyde. 
— Você é muito bobo. 
Joseph começou a encher o vaso de água. Quando dei as flores para ele, um espinho espetou meu dedo e praguejei ao ver o sangue. 
— Droga 
Ele pegou as flores, ajeitou-as no vaso e segurou minha mão, examinando o pequeno ferimento no meu dedo. 
— Não é nada profundo — disse ao limpar o sangue com um pano. Senti um frio na barriga. Tentei ignorá-lo ao máximo, mas a verdade era que cada toque de Joseph era gentil, amável e bem-vindo. — Sam acertou uma coisa — acrescentou ele, olhando para o meu dedo. 
— O quê? 
— Você está muito bonita — ele chegou perto, ainda segurando minha mão. Eu gostava dessa proximidade. Adorava essa proximidade. A respiração dele estava ofegante. — Demis? — Sim? 
— Seria loucura se eu te beijasse? Quer dizer, se eu beijasse você e não a memória de Ashley? — seus olhos perscrutaram meus lábios. Meu coração disparou quando ele colocou uma mecha de cabelo solto atrás da minha orelha. Ele pigarreou e se afastou. — Desculpe. Deixa isso pra lá — pisquei algumas vezes, tentando dissipar o nervosismo. Não funcionou. Joseph passou a mão pela nuca. — É melhor você voltar para o seu encontro. 
— Não é um... — comecei a dizer, mas, quando percebi que ele estava rindo, desisti. — Tenha uma boa noite. 
Ele assentiu. 
— Você também, Demis. 


***

Na tribuna, Stephen discursava sobre a razão pela qual a Artigos de Utilidade deveria ser fechada. Eu me senti mal ao ouvi-lo falar do Sr. Henson, que estava sentado numa fileira ao fundo, mas não parecia nem um pouco preocupado com Stephen. 
Eu nunca tinha visto aquele lado de Stephen, de empresário ambicioso. Aquele que diria qualquer coisa para conseguir o que queria, mesmo que para isso tivesse que passar por cima de um velhinho bonzinho. 
Aquilo me deu nojo. 
— Stephen tem bons argumentos para a loja ser fechada. Ele diz que é uma perda de espaço, porque ninguém nunca vai lá — comentou Sam. 
— Acho que a loja é ótima. 
Ele demonstrou surpresa. 
— Você já foi lá? 
— Várias vezes. 
— E não apareceu nenhuma verruga ou algo do tipo em você? O Sr. Henson pratica vodu e magia negra no quarto dos fundos. Quando Molly, a gata dos Clinton, sumiu, alguém a viu perto da loja. E depois ela se tornou um pit bull. Sem brincadeira! Até respondia quando a chamavam pelo nome. Foi muito bizarro.
 — Você não acredita nisso de verdade, acredita? 
— Claro que acredito. Estou até surpreso por você não ter saído de lá com um terceiro olho ou outra coisa estranha. 
— Eu saí, sim. É que eu sou ótima com maquiagem. 
Ele riu. 
— Você me faz rir, Demi. Eu gosto disso. 
Sam ficou me encarando. Ah, não... 
Quebrei o clima e apontei para outra pessoa. 
— E eles? Qual é a história deles? 
Não deu tempo de aguardar a resposta, pois o xerife Johnson se dirigiu à tribuna. 
Na hora em que ele pegou o microfone para falar, eu soube que tinha perdido a aposta e que estava devendo 10 dólares para Joseph. Exatamente como ele disse, Sam se aproximou e sussurrou no meu ouvido. 
— Eu estava pensando, que tal irmos comer um peixe frito depois? O lugar é muito legal, com música e tal. É divertido. 
Sorri. Não queria desapontá-lo. Ele parecia tão esperançoso. 
— Bem... — os olhos de Sam brilhavam de excitação. — Eu adoraria. 
Ele tirou o boné da cabeça e bateu-o no joelho. 
— Legal, legal, legal, legal.
Sam não conseguia parar de sorrir, e eu não conseguia parar de pensar que acompanhá-lo seria um grande erro. Além do mais, eu já estava 10 dólares mais pobre. 


***

Sam e eu nos sentamos e ficamos assistindo às pessoas dançando, já meio bêbadas. Eu o fiz contar um pouco da história de cada uma delas. Em determinado momento, ele se virou para mim. 
— Espero que esteja se divertindo. 
— Estou. 
Dei um sorriso. 
— Talvez a gente possa repetir esse encontro... 
Meu rosto assumiu uma expressão tensa. 
— Sam, você é uma pessoa maravilhosa, mas não estou preparada para um novo relacionamento. Você entende? Minha vida está uma bagunça. 
Ele riu, nervoso, e assentiu. 
— Eu entendo. Só pensei... — ele colocou a mão no meu joelho, e nossos olhos se encontraram. — Eu tinha que tentar. Tinha que correr o risco. 
— Fico feliz por você ter feito isso. 
— Você disse que não está pronta para um relacionamento... Tem certeza de que isso não tem nada a ver com seus sentimentos por Joseph? 
— O quê? 
— Eu conheço as pessoas, lembra? Vi o modo como ele olhou pra você na sua casa. Ele te deixa feliz. Acho que isso é legal. 
— Somos apenas amigos. 
Ele não tocou mais no assunto. Aproveitei para dar um leve esbarrão em seu ombro: 
— Tem certeza de que você não quer dançar?
 Ele cruzou os dedos e baixou os olhos. 
— Não sou muito bom dançando. Prefiro observar. 
— Vamos lá — falei, estendendo a mão para ele. — Vai ser divertido. 
Sam hesitou um pouco antes de pegar minha mão. Fomos até a pista, e vi que ficava cada vez mais nervoso. Ele baixou os olhos para seu tênis branco, e parecia contar mentalmente os passos da dança. 
Um. 
Dois. 
Três. 
Um. 
Dois. 
Três. 
— Estabelecer contato visual ajuda — sugeri, mas ele nem retrucou. Continuou contando, seu rosto ficando vermelho de nervoso. — Acho que quero beber água... 
Seus olhos encontraram os meus. 
— Posso pegar pra você — ofereceu Sam, aliviado por não ter que dançar mais. Voltei para o nosso lugar, e logo ele chegou com a água. — Aqui é legal, não é?
 — É sim. 
Ele pigarreou e apontou para uma pessoa na pista. 
— Aquela ali é Susie. Acho que ela já ganhou várias vezes o primeiro lugar no concurso de quem come mais cachorros-quentes na feira da cidade. E ali está... 
— E você, Sam? Me conte algo sobre você. 
Percebi a hesitação em seu olhar. Ele piscou e deu de ombros. 
— Não tenho muito pra contar.
 — Acho que não é verdade. Por que você trabalha no café se seu pai ofereceu uma vaga em período integral na loja dele? 
Ele avaliou meu rosto, e eu o dele. Sam tinha olhos lindos, e através deles pude notar seu desconforto. Ele desviou o olhar. 
— Meu pai quer que eu cuide dos negócios, mas não é isso que eu quero. 
— E o que você quer? 
— Ser chef. Achei que trabalhar no café seria um começo, eu poderia aprender um pouco e economizar pra faculdade. Mas nunca me deixam entrar na cozinha. É meio que andar pra trás. 
— Posso falar com Matty e pedir que você fique na cozinha de vez em quando. 
Um sorriso genuíno surgiu em seus lábios. Ele agradeceu, mas recusou minha oferta, dizendo que precisava fazer aquilo sozinho. E então se levantou. 
— Bom, isso aqui está muito “sessão de terapia” para o meu gosto, então vou lá pegar mais peixe frito. Você quer? 
Eu balancei a cabeça e o vi se afastar. 
— Graças a Deus você ainda está viva — murmurou uma voz perto de mim. Virei-me e vi Joseph se sentando no lugar que antes tinha sido ocupado por Sam. 
— O que você está fazendo aqui? 
— Bom — começou ele a explicar. — Quando uma amiga sai num encontro com um stalker, é responsabilidade do amigo ter certeza de que ela está bem. 
Amigo. 
Fiquei na friendzonePergunta do beijo, por favor 
— E desde quando você é um amigo responsável? — perguntei brincando, parecendo bastante tranquila, quando, na verdade meu estômago estava dando piruetas e unicórnios e gatinhos dançavam loucamente dentro de mim. 
— Faz uns... — ele deu uma olhada em um relógio invisível no braço direito. — Cinco segundos. Achei que seria divertido vir aqui e observar essa baboseira de vocês. 
Ele bateu com os dedos no joelho de leve, evitando estabelecer contato visual comigo.. 
Ai, meu Deus… 
Ele estava com ciúmes. 
Eu jamais zombaria dele com relação a isso. 
— Quer dançar comigo? — perguntei. 
Quando ele estendeu a mão, meu coração deu um salto. Segurei a mão dele e fomos para a pista. Ele me girou antes de me puxar para perto do seu corpo. Senti minha respiração ofegante e olhei nos olhos de Joseph. O que será que está se passando nesses olhos sombrios? Ele era mais alto que eu, e seus braços me seguravam bem firme. Eu conseguia sentir todos os olhares voltados para nós, quase podia ouvir os comentários maldosos, os murmúrios. 
Abaixei a cabeça e olhei para o chão. Senti o dedo dele erguer meu queixo, me forçando a encará-lo novamente. Eu gostava de olhar para Joseph, de ver a forma como ele me fitava. Nós dois ali, nos perdendo um no outro... eu não sabia muito bem o que isso significava. 
— Você mentiu pra mim — disse a ele. 
— Nunca. 
— Mentiu, sim. 
— Não sou mentiroso. 
— Mas mentiu. 
— Sobre o quê? 
— As plumas brancas. Eu vi o recibo. Você falou que as tinha encontrado na loja do Sr. Henson. 
Ele riu e ergueu a sobrancelha. 
— Talvez eu tenha mentido sobre isso. 
Cheguei bem perto de seus lábios, a segundos de beijá-lo, a segundos do primeiro beijo em que seríamos eu e ele. 
Minhas mãos pousaram em seu peito e senti as batidas de seu coração. A música parou, mas nós continuamos próximos, respirando juntos, ofegantes e nervosos. Agitados e ansiosos. O dedo dele percorreu minha nuca, e ele se aproximou. Eu gostava dessa proximidade. Eu a temia. Ele inclinou levemente a cabeça e sorriu, como se prometesse nunca mais desviar os olhos de mim. 
Todos falavam mal de Joseph, imploravam para que eu não me aproximasse dele. Ele é um grosso, um desequilibrado, um homem devastado, Demi, todos diziam. Ele não é nada além das cicatrizes do passado, garantiam. 
Mas as pessoas não o viam como ele era. Ignoravam o fato de que eu também era meio esquisita, meio desequilibrada e estava completamente devastada. 
Mas, quando estava com ele, eu me lembrava de como respirar. 
— Você se importa se trocarmos de par? — interrompeu uma voz familiar. Vi Stephen sorrindo, com Selena em seus braços. 
Retribuí o sorriso, mesmo querendo fechar a cara. 
— Claro que não. 
Stephen pegou minha mão, Joseph pegou a de Selena. Eu já sentia falta dele, mesmo estando a poucos passos de distância. 
— Não fique tão desapontada — disse Stephen. — Sei que tenho dois pés esquerdos, mas ainda consigo mexer o quadril muito bem — brincou ele. 
— Lembro de uma festa em que você foi eleito o pior dançarino. 
Ele fez uma careta. 
— Ainda acho que deveria ter vencido aquele concurso, com aquela performance do carrinho de compras. Mas com seu marido como jurado, eu sabia que estava ferrado. 
Eu ri. 
— Aquela performance? Como foi mesmo? 
Ele deu dois passos para trás e fingiu que estava empurrando um carrinho de compras e colocando coisas dentro. Ele começou a pegar itens invisíveis para passar no caixa, e em seguida fingiu colocá-los nas sacolas. Eu não conseguia parar de rir. Ele também riu e voltou a dançar comigo. 
— Perfeito. Você realmente deveria ter vencido naquela noite. 
— Verdade? — ele mordeu o lábio inferior. — Fui sacaneado. 
— Não se preocupe. Tenho certeza de que haverá muitas festas no futuro e você ainda vai conseguir a vitória. 
Ele assentiu e ajeitou meu cabelo atrás da orelha. 
— Meu Deus, como senti sua falta, Demi. 
— Poxa, eu também senti falta de todo mundo. É tão bom sentir algo novamente... 
— Sim, isso deve ser maravilhoso. Bom... Não tem jeito, esse é o momento em que preciso limpar a garganta e dar um pequeno salto no escuro. Demi, você quer sair pra jantar comigo? 
— Jantar? — perguntei, assustada com o convite. — Como um encontro? — com o canto do olho, vi Joseph dançando com Selena. 
— Bom, não como um encontro. Só uma saída mesmo. Eu e você. Sei que pode até parecer estranho, mas... 
— Eu meio que estou ficando com alguém, Stephen. 
Seu rosto ficou sério, e ele pareceu confuso. 
— Ficando com alguém? — ele se empertigou, perplexo. — Você está ficando com Sam? Sei que vocês vieram juntos, mas não imaginei que ele fosse seu tipo. Não pensei... 
— Não é o Sam. 
— Não? — ele olhou em volta e parou em Joseph e Selena. Quando olhou para mim novamente, toda a alegria de minutos atrás tinha desaparecido. O rosto dele estava branco, e dava para ver sua irritação. — Joseph Jonas? Você está saindo com Joseph Jonas? — perguntou quase gritando. 
Recuei. Eu não estava exatamente saindo com Joseph. Eu nem tinha ideia do que ele sentia por mim, mas sabia que sentia algo por ele e não podia mais ignorar isso. 
— Você volta à cidade e escolhe a pior pessoa do universo pra namorar — continuou Stephen. 
— Ele não é tão mau como todos pensam. 
— Tem razão, ele é muito pior. 
— Stephen.. — pousei as mãos em seu peito. — Não planejei nada. Eu não queria sentir o que sinto por ele, mas você sabe que não escolhemos por quem nos apaixonamos. 
— Sim, nós podemos escolher sim. Joseph e o Sr. Henson não são pessoas com as quais você deveria conviver. 
— Qual é o seu problema com a loja do Sr. Henson? Ele é um dos homens mais gentis que conheci. 
Ele coçou o nariz. 
— Você está enganada, Demi. Temo por você, porque sei que ele vai te machucar. 
— Ele não vai me machucar. — Stephen não acreditava em mim. Estava convicto de que Joseph e eu juntos éramos a pior coisa do mundo, exatamente como o resto da cidade. — Isso não vai acontecer. Para com isso — falei, puxando-o para perto, sentindo a tensão em seu corpo. — Apenas dance com sua amiga e pare de se preocupar tanto. 
— Temo pelo seu coração, Demi. Depois do Zachary, você ficou destruída. Não quero ver seu coração despedaçado de novo. 
Ah, Stephen
Encostei a cabeça em seu peito e ele passou os dedos pelo meu cabelo. 
— Vou ficar bem. Prometo. 
— E se não ficar? 
— Bem, então vou precisar que você me abrace de vez em quando.


E o Joseph com ciúmes da Demi? Que lindinhos, e esse quase beijo? aí aí
O Stephen sempre se metendo na vida da Demi, logo logo ele vai mostrar quem ele realmente é
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bjs amores e até o próximo <3

23/09/2016

breathe: capítulo 20


— Você está me evitando o dia todo — comentou Joseph, enquanto mudava algumas mercadorias de lugar na Artigos de Utilidade. 
Sentei no balcão, observando o Sr. Henson fazer chá com uma mistura de ervas. Elizabeth e Zeus estavam correndo pela loja, caçando objetos aleatórios. Passamos a frequentar a loja do Sr. Henson uma vez por semana para tomar chá ou chocolate quente. De vez em quando, ele fazia uma leitura de tarô. Eu estava começando a me apaixonar pelo local. 
— Você não tem do que se envergonhar, tenho certeza de que isso acontece com todo mundo — continuou Joseph. 
— Do que você está falando? Não estou te evitando. E não sei o que acontece com todo mundo, porque não aconteceu nada comigo — bufei, evitando seu olhar. Sempre que nossos olhos se encontravam, eu corava, imaginando sua camisa arrebentando quando ele se transformava no monstro verde. 
— Você teve um sonho erótico. 
Não foi um sonho erótico — falei alto, parecendo um pouco culpada. 
Joseph se virou para o Sr. Henson com uma risadinha. 
— Demi teve um sonho erótico ontem à noite. 
— Cala a boca, Joseph — gritei, batendo as mãos no balcão. Meu rosto estava vermelho como um pimentão, e eu parecia queimar por dentro. O Sr. Henson olhou para mim e depois para o chá, acrescentando mais algumas ervas. 
— Sonhos eróticos são normais. 
— O sexo foi bom? — perguntou Joseph, esforçando-se para me irritar ainda mais. Eu estava prestes a dar um tapa na cara dele. 
Meus lábios se abriram para negar, mas não consegui. Apoiei o rosto nas mãos e respirei fundo. 
— Não quero falar sobre isso. 
— Vamos lá, você tem que nos contar — insistiu, sentando-se ao meu lado. 
Tentei fugir dele. 
Joseph segurou meu braço e me forçou a virar em sua direção. 
— Ah, merda — murmurou ele. 
— Cala a boca, Joseph — resmunguei de novo, sem conseguir encará-lo. 
— Você sonhou que estava transando comigo? — berrou. Dei um murro instantâneo em seu braço. 
— Que reviravolta. — O Sr. Henson gargalhou. 
Um sorriso arrogante apareceu nos lábios dele, e era oficial. Eu. Estou. Morrendo! Ele se aproximou de mim e sussurrou: 
— Fiz aquilo com a língua em seus lábios? 
Corei ainda mais. 
— De qual lábio você está falando? 
Ele pareceu ainda mais convencido. 
— Sua sem-vergonha, safada! 
Levantei do banco e olhei para o Sr. Henson. 
— Posso levar pra viagem? 
— Para com isso, Demi, preciso saber mais — disse Joseph, rindo do meu constrangimento. Eu o ignorei e peguei o chá que o Sr. Henson tinha feito, passando-o de uma xícara para um copo de isopor. 
— Não quero falar com você — adverti, já saindo da loja. — Vem, Elizabeth, vamos embora. 
— Só mais alguns detalhes! — implorou Joseph quando eu já estava na porta. Respirei fundo e me virei. 
— Você me levou para um quarto todo verde onde se transformou num monstro igualmente verde e me detonou. E quando eu digo “detonou”, significa em todas as acepções da palavra. Ele piscou. Piscou de novo. Olhar vago. Olhar vago. 
— Como é que é? 
A confusão em seu rosto quase me fez gargalhar. 
— Você queria saber. 
— Você é uma mulher muito, muito estranha. 
O Sr. Henson sorriu. 
— No verão de 1976, aconteceu a mesma coisa comigo. 
— O senhor teve um sonho erótico? — perguntei, confusa. 
— Sonho? Não, querida. Eu me refiro a ser detonado em um quarto verde. 
Momento constrangedor número 5.442 desde que voltei a Meadows Creek. 
— Estou indo. Obrigada pelo chá, Sr. Henson. 
— Vou cortar a grama mais tarde — avisou Joseph. 
Eu sabia que ele não estava dizendo nada demais, mas, ainda assim, enrubesci. 


***

Naquela tarde, Selena passou lá em casa porque eu precisava da ajuda dela para escolher alguns tecidos e cores para a decoração de Joseph. Ela sempre teve um bom olhar para os detalhes. 
Sentamos na varanda e apresentei os três conceitos diferentes que havia criado para a casa, mas em vez de prestar atenção no trabalho, ela se concentrava no lindo homem que cortava a grama do meu jardim. Elizabeth estava ao lado dele, ajudando-o a puxar o cortador e tentando convencê-lo de que era melhor do que ele na tarefa. Ela brigava com Joseph o tempo todo, dizendo que ele estava fazendo tudo errado. Ele apenas ria e a provocava também. Selena o avaliou de cima a baixo e ficou impressionada com sua transformação. Até aquele dia, ela também nunca o tinha visto sorrir. 
— Não estou acreditando — Selena suspirou. — Quem poderia imaginar que aquele cara grosseiro, idiota e meio hippie pudesse se transformar nesse homem tão... gostoso
— Bom, todos somos grosseiros e idiotas de vez em quando. 
Ela se virou para mim, um sorriso travesso nos lábios. 
— Ah, merda, você gosta dele. 
— O quê? Não. Ele só me ajuda nas tarefas de casa. Basicamente, só com a grama. 
A voz dela ficou mais alta. Selena era simplesmente incapaz de falar baixo. 
— Você tem certeza de que é só a grama? Ou ele também ajuda a desentupir seu encanamento usando uma vara bem grande? 
— Cala a boca, Selena — ruborizei. — Não quero falar sobre isso com você. Vamos lá, preciso da sua opinião. Qual disposição dos móveis você prefere para a sala de estar e a sala de jantar? Eu queria incorporar umas peças de madeira que ele faz. Joseph trabalha muito com madeira, e pensei... 
— A madeira dele é boa? É grossa? Joseph tem um pau bem grande e grosso? 
Estreitei os olhos. 
— Sua mente é sempre tão suja? 
— Sempre, docinho. Sempre. Dá pra perceber que você gosta dele. 
— Não, nada disso. 
— Você gosta dele. 
Senti um frio na barriga. 
Olhei para Joseph, que também estava olhando para mim, e sussurrei: 
— Sim. Eu gosto dele. 
— Meu Deus, Demi. Só você pra se apaixonar pelo cara grosseiro que passa por uma completa transformação. Igual ao personagem do Brad Pitt naquele filme... lendas da paixão — ela riu. 
— Nossa, como você é espertinha. 
— É quase ridículo. 
— Quase. 
Ela se aproximou de mim e avaliou meu rosto. 
— O que é isso? 
— Isso o quê? 
— Esse sorrisinho estranho. Essa cara de quem fez sexo! Você transou com ele.
— O quê? Não, eu... 
— Não tente enganar uma ninfomaníaca, Demi. Você pegou esse cara. 
Como uma garotinha que acabou de experimentar o primeiro beijo, eu me rendi. 
— Eu peguei esse cara. 
— Jesus amado! Aleluia! — ela se levantou e começou a cantarolar pela varanda. — Aleluia! Aleluia. A seca acabou! 
Joseph olhou na nossa direção e ergueu a sobrancelha. 
— Tudo bem aí, senhoritas? 
Puxei Selena  para que ela se sentasse e ri. 
— Tudo ótimo, incluindo a bunda gostosa dele — murmurou Selena com um sorriso. — Então, como foi? 
— Bom, eu até dei um apelido para o brinquedinho dele. 
Lágrimas se formaram em seus olhos, e ela levou a mão ao coração. 
— Minha menininha está crescendo. Me conta, qual o apelido? 
— O Incrível Hulk. 
Ela recuou. 
— Desculpa, o quê? 
— O Incrí... 
— Não, não. Eu ouvi da primeira vez. Você quer dizer aquele monstro verde? Demi, você está trepando com um cara de pau verde? Porque, se estiver, você precisa tomar uma vacina antitetânica — ela me olhou de cima a baixo. — E precisa melhorar seus padrões. 
Eu gargalhei. 
— Posso falar a verdade sem levar bronca? 
— Com certeza. 
— Nós transamos para nos lembrar de Zachary e Ashley. Nós meio que... usamos o sexo para recordar como era estar com eles. 
— Quer dizer que você imaginava que Joseph era Zachary quando trepava com ele? 
— Sim. No começo, foi exatamente isso que fizemos. Mas paramos. Fiquei muito sensível e não consegui lidar com a situação. 
— Só que agora você gosta dele. 
— Sim. O que é péssimo, porque sei que ele só via Ashley quando estava comigo. 
Selena olhou para Joseph. 
— Duvido. 
— O quê? 
— Ele vê você, Demi. 
— Como assim?
 — Veja bem, esse é o ponto de vista de uma mulher que já dormiu com milhares de caras diferentes, imaginando que a maioria deles era o Channing Tatum. Consigo perceber a diferença quando alguém está pensando em você ou em outra pessoa. Veja a forma como ele olha pra você. 
Vi  Joseph me observando. Será que ele realmente pensava em mim quando estávamos juntos? 
E, se isso fosse verdade, porque eu ficava tão feliz com a ideia? Balancei a cabeça, sem querer admitir o que estava realmente acontecendo entre nós dois. 
— Mudando de assunto, você e Matty. Como estão as coisas? 
— Péssimas — ela suspirou, levando a mão ao rosto. — Preciso terminar com ele. 
— O quê? Por quê? 
— Porque fui babaca e acabei me apaixonando. 
Meus olhos brilharam. 
— Você está apaixonada.
 — Eu sei, é terrível. Bebo toda noite para esquecer. Agora, cala a boca e vamos falar da madeira grande e grossa do Joseph. 
Depois de horas rindo e falando sacanagem, Selena e eu finalmente decidimos as cores para cada cômodo da casa dele.


Esse capítulo foi o mais engraçado de todos kkkkkkkkkk
''Você tem certeza de que é só a grama? Ou ele também ajuda da desentupir seu encanamento usando uma vara bem grande?'' kkkkkkkkkkkk morri
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bjs amores e até o próximo <3
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