21/05/2016

sussurros na noite: capítulo 32


Havia um helicóptero do FBI na marina, e Nicholas estava a caminho dele quando fez a ligação para o Departamento de Polícia de Bell Harbor. E também foi atendido pelo tenente Caruso. Nicholas identificou-se e, antes que pudesse continuar falando, o tenente interrompeu: 
— Reconheço o seu nome das reportagens da tv. Você estava com Demi na...
— Pare de falar e comece a ouvir - Nicholas cortou-o, ríspido. 
— Demi está correndo perigo. Alguém vai tentar aproximar-se dela, provavelmente em casa... 
— Aposto que você está falando sobre aquela maluca que ligou aqui. Logo vi que era uma doida varrida, mas só para prevenir, liguei para a casa de Demi e deixei um recado na secretária eletrônica. 
— Ela respondeu sua ligação?
— Ainda não, mas...
Nicholas repassou mentalmente todos os colegas de Demi que conhecera naquela festa na praia. Um deles sobressaíra: mostrou-se esperto o bastante para suspeitar de Nicholas naquela noite, e para questionar a história de Demi sobre os fogos que fizeram barulho de tiros.
— Onde está Smith? - perguntou.
— Ele também não está de serviço. Quem mais você quer que... 
— Escute aqui, seu bastardo ignorante, e eu lhe direi o que quero: levante esta bunda da cadeira e descubra onde ele está. Depois, diga-lhe para ligar para mim neste número!
Os dias eram curtos em março, e o sol já começava a descer no horizonte quando a rodovia de acesso a Bell Harbor surgiu na interestadual. Selena precisava saber como chegar à casa de Demi, mas sempre que ligava para o número de Dianna era atendida pela secretária eletrônica. 
Dianna devia estar no trabalho, Selena pensou, frenética. Disse a si mesma para se acalmar, para pensar em outras possibilidades. De repente lembrou-se que Dianna trabalhava numa butique, e que Demi lhe falara sobre a proprietária... A loja tinha o mesmo nome da mulher, e era um nome antiquado. Selena ficara especialmente interessada nos tipos de roupas que eram vendidos na loja... de... LYDIA! 
Tornou a pegar o telefone e, rapidamente, pediu à telefonista de informações o número da Lydia’s Boutique. E ficou tão aliviada que quase começou a rir, quando Lydia em pessoa resmungou acerca daquele telefonema particular para Dianna. 
— Dianna Lovato - a voz suave atendeu, parecendo compreensivelmente curiosa sobre a identidade da sua interlocutora. 
— Aqui é Selena, Sra. Lova... Mamãe. 
— Ah, meu Deus! Ah, obrigada, meu Deus... - Dianna agarrava o fone com tanta força que Selena podia ouvir o barulho em seu próprio aparelho. 
Selena acendeu os faróis do carro e diminuiu a velocidade ao aproximar-se da saída da rodovia. 
— Estou aqui em Bell Harbor - disse. — Mas tenho um problema: preciso encontrar Demi imediatamente.
— Ela deveria estar em casa. Já passa das cinco e ela esteve no turno da manhã. Mas, se estiver trabalhando em algum caso, geralmente se atrasa. 
— Estou acabando de sair da interestadual. Você poderia me explicar como faço para chegar 
à casa dela da... - Selena fez uma pausa enquanto lia a placa da rua. — Da Harbor Point Boulevard. 
Dianna deu-lhe as instruções com tamanha boa vontade e delicadeza que Selena sentiu o coração se contrair, embora ele já estivesse disparando de ansiedade.
— Demi sempre deixa uma chave extra num lugar onde ninguém pensaria em olhar - Dianna acrescentou, e disse a Selena onde procurar. — Se ela ainda não estiver em casa, você pode entrar e ficar esperando.
— Muito obrigada. - Selena fez a curva para a esquerda, obedecendo às instruções de Dianna Só então deu-se conta de que ainda não queria encerrar aquela primeira conversa com sua mãe. Prendendo o fôlego com a incerteza, perguntou:
— Você acha que poderíamos nos encontrar, mais tarde? 
Um riso mesclado com choro escapou no outro lado da linha. 
— Esperei trinta anos para ouvi-la dizer isso. Você... não vai esquecer? 
— Prometo que não. 
Selena encontrou a casa de Demi minutos depois. Havia uma luz acesa lá dentro, e um carro de modelo antigo, com uma placa incomum de número DPBH031, estava estacionado perto da garagem. 
Certa de que as iniciais DPBH referiam-se ao Departamento de Polícia de Bell Harbor, Selena não teve mais dúvida e, depois de encontrar uma vaga bem diante da casa, pegou a bolsa e saiu do carro. Um vento frio estava soprando e algumas gotas de chuva manchavam a calçada. E, embora a noite tivesse caído, a rua parecia segura e bem iluminada. Seu plano era bater na porta, contar a Demi o que iria acontecer, e depois tirá-la daquela casa imediatamente. Nicholas cuidaria do resto. 
O plano parecia perfeitamente sensato e simples de ser posto em prática, porem, quanto mais se aproximava da porta, mais insegura se sentia. Entrou na varanda e levantou a mão para bater na porta, mas hesitou, olhando novamente à sua volta. Do outro lado da rua, à sua direita, a praia era parcialmente iluminada por enormes postes com lâmpadas de mercúrio, fortes o bastante para revelar a silhueta feminina que caminhava rapidamente pela areia, e que, em seguida, começou a correr. Selena reconheceu-a no mesmo instante, e ficou tão aliviada e feliz ao vê-la que a chamou pelo nome, sem pensar que o barulho do vento e das ondas iria impedir que fosse ouvida.
— Demi! - O chamado de Selena transformou-se num grito sufocado quando a porta abriu-se de repente, e ela sentiu a mão de alguém fechando-se como uma garra sobre sua boca antes de ser violentamente puxada para dentro. 


A história já esta quase acabando gente :(
O que acharam? Quem será que pegou a Selena? Comentem, bjs <3

2 comentários:

  1. Meu Deus!!! Eles vão mante-la refém??? Quem vai salvá-la .... Jesus... posta logooo!!!

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