03/05/2016

sussurros na noite: capítulo 16


Nicholas estava esperando no vestíbulo quando Demi desceu, pronta para enfrentar o que Selena animadamente descrevera como um dia para ficarem bonitas.
— Eu pensei em levá-las no meu carro e depois resolver meus assuntos - Nicholas lhe falou -, mas Selena disse que esta sessão de beleza que tem em mente para vocês duas levará bem mais do que uma ou duas horas. Assim, vou sair com meu carro e você vai com ela. Já trouxeram o Jaguar para a frente da casa. 
— Vou acompanhá-lo até seu carro - Demi falou, com um gesto significativo na direção da porta. 
O carro de Selena fora estacionado em frente da varanda, mas o de Nicholas estava um pouco mais adiante, e Demi esperou até que estivessem lá perto para começar a falar.
— Há um computador no escritório de Patrick, ligado em rede com o banco. Selena disse que eu poderia usá-lo, e deu-me sua senha. 
—  Não fique muito esperançosa. Ele é cauteloso demais para permitir que Selena acesse os arquivos dele, ou os computadores do banco - disse Nicholas. — Ele deve ter sua própria senha. 
— Eu sei. Estou apenas relatando o que descobri.
— Eu gostaria de ter uma cópia daquela lista de nomes e endereços que Selena passou para Jonas. 
— Vou lhe pedir uma cópia - Demi falou. — Não estarei mentindo se lhe disser que quero guardar a lista como recordação, e também para ajudar-me a lembrar dos nomes de todos os convidados.
— Perfeito. - Nicholas olhou de relance quando a porta da frente abriu-se. — Selena acabou de sair. A propósito, caso você ainda não tenha percebido, foi Jonas quem acabou forçando a questão da festa em sua homenagem. Achei que gostaria de saber disso.
— Percebi que Patrick não estava muito animado com a ideia, mas como Joseph poderia tê-lo ”forçado” a dar uma festa contra sua vontade?
— Você deveria estar lá para ver a maneira como ele realizou esta façanha. Eu fiquei impressionado - Nicholas admitiu. 
Demi baixou a voz, vendo que Selena se aproximava. 
— Sim, mas que diferença faz para Joseph, se Patrick quer ou não que seus amigos me conheçam? 
— Eu acho - Nicholas respondeu com um sorriso maroto- — Que você já sabe a resposta. Joseph Jonas está ”caído” por você.
Demi sentiu um súbito arrepio de prazer porque Joseph importava-se com ela, e outro maior ainda ao saber que ele fora capaz de passar a perna em Patrick Lovato.
— Vamos ficar fora durante horas! - Selena exclamou animada, encaminhando-se para o carro de Nicholas. — Demi, nós vamos fazer tudo o que temos direito... limpeza de pele, manicure, pedicure, massagem e cabelo. Mas temos de nos apressar, porque estarão nos encaixando e precisamos chegar na hora. 
— É melhor vocês irem logo - disse Nicholas, entrando em seu carro alugado. 
Esperou até afastar-se alguns quarteirões da casa antes de abrir o porta-luvas, de onde tirou o telefone celular. Discou um número e a chamada foi atendida por outro agente do FBI que estava sentado no píer, usando um boné com iscas de pesca pregadas na aba, e segurando uma vara de pescar. 
— Você pode falar? - Nicholas perguntou. 
— E você, pode falar? - o outro repetiu, com irritada incredulidade. — É você quem precisa começar a falar alguma coisa, Nicholas. Não me disse que ficaria na casa por iniciativa própria e no seu tempo de folga. Ontem à noite recebi um telefonema do ”chefão”, que havia acabado de descobrir o que você está fazendo, e estava quase tendo um ataque. Ele acha que você está permitindo que um ressentimento pessoal atrapalhe seu discernimento e que está obcecado com este caso. Estou falando sério, meu amigo, você está arriscando seu emprego. Vai acabar destruindo sua carreira e, mesmo se encontrar as provas que procura, os advogados de Lovato darão um jeito de anulá-las no julgamento devido aos meios que você utilizou para reuni-las...
 — Mas não estou procurando as provas e, quando elas aparecerem, não sou eu quem vai entregá-las - Nicholas interrompeu, no tom paciente e enfastiado de alguém que é obrigado a explicar o óbvio. — Estou aqui meramente como ”auxiliar” de Demi. Não tive nada a ver com a decisão de Patrick de convidar a filha para vir aqui. E, se durante esta visita a filha dele deparar-se com algo que possa incriminá-lo, é natural que ela o entregue às autoridades, independentemente da minha presença aqui. Afinal, ela trabalha para a polícia.
— Não é a mim que você tem de convencer, Nicholas. Você precisa ligar para o velho e convencer a ele.
— No momento, estou de férias. Quando eu transformá-lo em um herói, ele vai se acalmar. Nesse meio tempo, ficarei aqui e me comportarei como o convidado perfeito que passa as férias na casa de outra pessoa. Jogo tênis, descanso na piscina, saio para jantar e dançar. Não abri nem sequer uma gaveta ou um álbum de fotografias sem permissão dos donos da casa. Não disse a Demi o que deve, ou onde deve procurar. Nunca revelei a ela que Lovato está usando seu banco para lavar dinheiro, ou a quem pertence o dinheiro que está sendo lavado. E nem vou precisar, porque parece que o destino intercedeu por mim e colocou-a exatamente onde eu queria.
— O que quer dizer com isso?
— Quero dizer que minha linda companheira de viagem conquistou um admirador muito persistente, e nenhum juiz federal jamais poderá rejeitar qualquer prova que ela obtiver através dele, porque não tive absolutamente nada a ver com isso.
— Quem é ele? 
— Joseph Jonas. 
O agente respirou fundo e exalou um sussurro triunfante: 
— Bingo!   


Demi parou por um instante na varanda do seu quarto, extasiada com a vista que tinha do jardim. Todo o gramado dos fundos da casa estava iluminado com tochas acesas e salpicado de mesas cobertas com toalhas brancas, decoradas com flores e velas em pequenos vasos de vidro transparente. Os garçons de paletó branco e gravata borboleta passavam as bandejas com champanhe e hors-d’oeuvre entre os quase duzentos convidados. As mesas de banquete, com enormes arranjos de flores, tinham sido montadas no lado direito do gramado e, à esquerda, perto da piscina, uma música tocava junto a uma pista de dança desmontável. Numa mesa separada, bem no centro do gramado, havia uma imensa escultura de gelo representando graciosas gaivotas em pleno voo. 
— Pronta para a entrada triunfal? - Selena perguntou, passando pelo quarto de Demi e reunindo-se a ela no balcão
— Não pensei que seria uma festa tão grande e caprichada - disse Demi.
 — A secretária de Joseph deve ter poderes mágicos - Selena afirmou, vistoriando a festa que transcorria lá embaixo com ar de aprovação. — Eu jamais conseguiria organizar tudo isso num tempo tão curto. Vamos lá. 
— Estou nervosa - Demi admitiu. 
— Eu também - Selena confessou com um risinho tenso. — É a primeira vez que alguém usa uma das minhas criações. Deixe-me ver como ficou. 
Demi saiu da varanda e seguiu a irmã até o quarto, onde fez uma lenta pirueta para que ela a inspecionasse. O vestido rosê com transparência nas laterias e um decote nas costas que realçava sua pele bronzeada.
— Nunca mais vou ficar tão bonita assim - Demi declarou, meio séria.
— Essa cor ficou perfeita com o seu bronzeado - Selena falou, dando um passo para trás e analisando o efeito geral. — E o vestido tem um lindo caimento. Estou me sentindo muito... muito profissional.
— Você é uma profissional - Demi afirmou, com uma solene sinceridade. 
— Papai não pensa assim. Ele disse que eu estava perdendo meu tempo, quando fiz estes desenhos no mês passado... 
— Não permita que ele faça isso com você - Demi pediu, com ardor. — Por favor, não permita que ele faça isso. Ele não está certo. Olhe para mim. Olhe para nós - enfatizou enquanto ia para o quarto de vestir e olhava-se no espelho de corpo inteiro. — Você desenhou estes dois vestidos! 
Lado a lado, ficaram paradas diante do espelho, Selena num vestido de seda bordado, cor de pêssego, com os cabelos escuros puxados e presos nos lados por duas fivelas de ouro, e Demi em seu traje rosê com os cabelos preso em um coque com a franja solta. 
— Depois disso, meu vestido de noiva será um anticlímax - Demi declarou. 
— Não será, não - Selena falou, e afastou a própria insegurança atirando a cabeça para trás. — Porque eu vou desenhá-lo, também! - Virou-se de costas para o espelho. — Vamos lá, princesa Demi, está na hora do baile. Papai vai nos encontrar no terraço e ficará ao seu lado enquanto apresenta você a todos

Joseph estava parado perto do terraço, escutando um grupo de homens que tentavam convencê-lo a participar da compra em conjunto de uma fazenda de criação de cavalos. Estava de costas para a casa, mas soube o momento exato em que Demi apareceu na festa, porque todos os homens do grupo pararam de falar e ficaram encarando, boquiabertos. O mesmo aconteceu com muitas pessoas à sua volta.
— Meu Deus, olhe só para aquilo! - um deles exclamou. Joseph virou-se devagar, prolongando a antecipação, mas quando a viu achou difícil permanecer no lugar e permitir que ela se perdesse por entre os outros convidados. Porem, manteve-se parado ali por quase meia hora, observando Patrick movimentar-se entre os convidados levando Demi por um braço e Selena no outro. Viu Demi sorrir quando era apresentada a cada uma das pessoas e, depois, ouvir atentamente ao que elas lhe diziam. E observou-a conquistar a todos com sua graça natural e sua simpatia sem afetação. 
Courtney, no entanto, começava a ficar impaciente.
— Acho que eu devia ir socorrê-la - anunciou. — Patrick já arrastou-a por entre toda esta multidão. 
— Fique quieta - Joseph ordenou. — Ele vai trazê-la para cá em poucos minutos.
— Aí vem ela, e sem Patrick, graças a Deus! - Courtney anunciou toda feliz instantes depois. Mas logo fez uma careta, ao ver que alguns amigos de Joseph percebiam para onde Demi se dirigia e começavam a segui-la. — E aí vêm os lobos correndo atrás do cordeirinho, incluindo nosso pai. Isso é nojento. 
Resolveu o problema dando as costas para a turma de homens, inclusive Joseph; depois, adiantando-se, colocou-se entre Demi e todos os demais. 
— Oi, Demi! - cumprimentou-a sorrindo. - Joseph disse que você me convidou para a festa, portanto aqui estou. Até me arrumei toda para a ocasião, deu para perceber? - perguntou, estendendo a saia para os lados com a ponta dos dedos, para que Demi tivesse uma visão geral.
Demi examinou o seu traje, que consistia em um vestido de formatura de renda, e um par de botas do exército. Ela estava tão ridícula e tão adorável ao mesmo tempo, que Demi desatou a rir e apertou-a num abraço impulsivo. 
— Estou tão contente por você ter vindo!
— Sim, mas o que achou da minha roupa? 
— É... é a sua cara! - Demi exclamou. 
— A Sra. Lovato disse que eu pareço uma refugiada enfeitada.
— Ora, ela é muito velhinha e acho que não enxerga direito - Demi retrucou, reprimindo um riso horrorizado.
— Você não vai cumprimentar Joseph?
Demi não pensara em outra coisa desde o início da festa, mas agora que estava ali, foi tomada por um ligeiro pânico. Erguendo os olhos para os dele, falou baixinho: 
— Olá, Joseph. 
— Olá - ele respondeu, com os olhos reluzindo de admiração.
— Você devia dar um abraço nele também - Courtney incitou-a. — Nem imagina o que ele teve de fazer para preparar toda esta festa, só para você. 
— O que quer dizer com isso? 
Demi sabia que Joseph havia praticamente obrigado Patrick a dar a festa, e também que a secretária dele tivera todo o trabalho de tomar as providências, mas não fazia ideia de que ele fora além disso, até que Courtney lhe forneceu os detalhes:
— Joseph fechou o restaurante de um de seus hotéis porque precisávamos de mesas e cadeiras aqui, e você pode apostar que também não sobrou nenhuma flor no hotel inteiro. Está vendo aquele arranjo enorme sobre a mesa onde está a comida?
Com algum esforço, Demi desviou o olhar dos divertidos olhos verde-amarronzados de Joseph e direcionou-o para onde Courtney estava apontando.
— Sim, estou vendo.
 — Bem, hoje cedo aquele buqué gigante estava enfeitando uma mesa no saguão do... 
— Já chega, Courtney. - Ela ignorou o irmão. 
— Mas é verdade. E eu aposto que não restou mais nenhum guardanapo, nem um garfo e nem um garçom em todo o ho...
Rindo, Joseph foi por trás da irmã e tapou-lhe a boca com a mão, abafando o restante do discurso entusiasmado. 
— Na última vez em que a convidei para dançar - ele disse a Demi. — Você recusou. Quais são as minhas chances, esta noite? 
Demi estava profundamente emocionada com todo o trabalho que ele tivera por sua causa, e já mergulhava na magia encantadora de sua voz quente e dos olhos verdes. 
— Eu diria que são muito boas - respondeu, com suavidade. 
Quando Joseph tomou-a em seus braços na pista de dança, Demi teve a primeira visão nítida dele de corpo inteiro, sob as luzes das tochas, e quase perdeu o fôlego. O elegante terno azul escuro que ele usava caía-lhe no corpo forte e esguio com perfeição, cobrindo os ombros largos e quadris estreitos e salientando as longas pernas. Em contraste com o rosto bronzeado, a camisa era tão imaculadamente branca quanto o sorriso que bailava em seu rosto, quando ele deslizou a mão em torno da cintura dela e puxou-a mais contra si. 
— Está contente com sua festa? - perguntou, quando começou a tocar All of me do John Legend.
— Muito contente - ela respondeu baixinho, tentando não perceber como as pernas dele roçavam nas suas, ou como o braço mantinha-se firme e sólido sob sua mão, nem o quanto a voz quente e profunda a afetava. — Nem sei como lhe agradecer por tudo isso. 
Os olhos dele fixaram-se em seus lábios. 
— Teremos de pensar em alguma coisa.
Quase em desespero, Demi procurou refúgio no humor. 
— Quem sabe eu posso lhe dar algumas aulas de defesa pessoal? 
Os olhos prateados colaram-se nos dela, e os lábios formaram um meio sorriso. 
— Será que vou precisar? 
— É bem possível. Eu sou mais forte do que pareço. 
— Eu também. 
Demi sentiu a boca seca. 
Estava tão confusa com tudo o que lhe acontecia que mal reparou na facilidade com que dançava com ele, ou como seus corpos moviam-se lindamente no ritmo da melodia suave e conhecida. Disse a si mesma que a atração que sentia era perigosa, que tinha de parar, mas quando a mão de Joseph escorregou em suas costas e ele espalmou os dedos em sua coluna, puxando-a ainda mais perto de si, ela esqueceu todo o perigo. Então, convenceu-se de que era apenas uma dança, e que provavelmente ele nem se dava conta do que estava fazendo. 

Joseph sabia exatamente o que estava fazendo e já pensava em fazer muito mais. Observava a luz das tochas transformar os cabelos de Demi em ouro puro; sentia o seu perfume de flores, e dançar com ela era como estar dançando com uma nuvem. Quando a música terminou, Demi afastou-se um pouco e ergueu os olhos, e Joseph fitou aquele rosto que começava a hipnotizá-lo com as faces delicadamente esculpidas, o narizinho atrevido, as sardas no rosto e os olhos cor de azul com seus cílios espessos e escuros. 
— Quando a festa acabar, vou levar Courtney e meu pai para casa e volto. Encontre-me na praia. 
— Por quê? - ela perguntou, tremula. 
— Inventaremos um motivo quando estivermos lá. 
O ”motivo” dele era tão claro para Demi quanto a sua própria percepção de que ele queria que ela o compreendesse com antecedência. 
Nicholas e Selena também estavam dançando e, quando os dois casais encontraram-se na saída da pista de dança, Nicholas sugeriu que trocassem de pares.
— Joseph - Demi chamou, quando ele começou a se afastar. Espantado com o som da voz dela dizendo seu nome, ele parou e virou-se. 
— Sim? 
— Seria bom se você convidasse Courtney para dançar depois. 
— Courtney? - ele repetiu, pois nunca, jamais lhe ocorrera a ideia de convidar a irmã para dançar. Com divertida desolação, pensou nas botas de exército de Courtney, mas assentiu. 
— Está bem. 
Quando aquela dança terminou, ele localizou Courtney nas proximidades. Já esperando que ela zombasse de seu convite, e quase desejando que o fizesse, Joseph falou: 
— Srta. Jonas, gostaria de dançar? - Ela arregalou os olhos. 
— Com você? 
— Não, com o garçom - ele respondeu, irônico. Então, viu que ela já se abaixara e desamarrava uma das botas.  
Antes de desamarrar a segunda, hesitou e olhou para ele. — Você está falando sério, não é? Uma pontada de culpa atingiu o peito de Joseph, ao perceber o quanto a menina desejava ser convidada. 
— Estou, sim. 
Na pista de dança, Joseph surpreendeu-se com a competência dela. 
— Onde você aprendeu a dançar? Courtney girou os olhos para o alto. 
— Isso é um dom feminino. Todas as garotas nascem sabendo dançar. Você vai tentar levar Demi para a cama? 
— Cuide da sua vida.
— Faça-me um favor, Joseph: deixe-a em paz. Você acabará abandonando-a como sempre faz com as outras, ela vai sofrer, e então nunca mais a veremos. Ela é ”legal”. Eu realmente gostaria de tê-la como amiga.
Joseph fitou os olhos sinceros da irmã, e sentiu-se humilhado pelo espírito generoso de Demi e por sua compaixão pelas outras pessoas que a levaram a pensar nos sentimentos de Courtney em meio a uma festa em que ela própria se encontrava sob constante pressão e sendo alvo de incansável observação. Com uma profunda certeza ele disse, baixinho:
— Demi já é sua amiga. 
Joseph passou a maior parte do restante da noite conversando com amigos e desejando que todos fossem embora. O tempo parecia arrastar-se, até que ele teve a ideia de apresentar Demi novamente aos seus amigos e, dessa forma, conseguiu mantê-la por perto. Mas isso só acontecia nos intervalos entre as danças que ela concedia ao pai e a todos os outros homens solteiros na festa. E ele dançou com Courtney mais duas vezes.  


Em companhia do pai e de Selena, Demi estava na porta da frente despedindo-se de um casal de amigos íntimos de Patrick, que ficaram conversando sobre política até bem depois que Joseph e todos os outros convidados se retiraram. Marie havia se recolhido muito antes, e Nicholas evidentemente havia previsto que o senador Thurmond Meade e senhora se demorariam, porque se desculpara e subira para dormir meia hora atrás.
— Boa noite, Demi - disse a sra. Meade. — Fiquei muito feliz em conhecê-la. Vou experimentar aquela receita de torta de limão que você me ensinou, pois ajudou muito com meu braço inchado esta noite.
Virou-se para Selena, inclinou-se para a frente e quase tocou-lhe o rosto, num gesto que, agora Demi compreendia, passava por um beijinho de despedida entre os ricos e elegantes de Palm Beach. 
— Sua menina levada - ela disse a Selena. — Não posso acreditar que manteve todo este talento em segredo por tanto tempo. Se Demi não contasse a todas nós que foi você quem desenhou o vestido dela e o seu, ninguém jamais ficaria sabendo! Ouvi Sally Linkley lhe pedir que mostrasse seus esboços, mas quero ser a primeira a vê-los, está bem? Afinal, é justo que eu faça a primeira escolha, pois conheço você há mais tempo do que Sally.
O senador Meade adiantou-se e despediu-se de Demi e Selena com toda formalidade, mas quando apertou a mão de Patrick seus cumprimentos foram entusiásticos e genuínos.
— Você é um homem de sorte, Patrick. Tem duas filhas maravilhosas. Selena sempre foi um crédito a seu favor, mas também pode orgulhar-se muito de Demi. Ela conquistou a todos esta noite. 
Patrick sorriu, retribuindo o cumprimento. 
— Eu sei disso. 
Depois que fechou a porta e voltou-se para Demi, Patrick falou com tanta sinceridade quanto o senador Meade. 
— Demi, nem sei lhe dizer o quanto me senti orgulhoso de você, hoje. 
Ele de fato gostava dela naquele momento, Demi pensou, não porque a julgasse merecedora da sua afeição, mas sim porque era um homem narcisista e ela aumentara seu prestígio ao causar uma impressão favorável em seus amigos. E, para sua própria surpresa, Demi admitiu que havia gostado de muitos daqueles amigos. Não podia gostar de Patrick, entretanto, e tentou esconder isso o máximo que pôde quando sorriu e disse: 
— Muito obrigada. 
Quando Patrick seguiu para a escadaria, Demi olhou no antigo relógio do vestíbulo e sentiu o coração contrair-se ao ver como já era tarde. Àquela hora Joseph já teria desistido de esperá-la na praia. O destino e o senador Meade haviam intercedido e impedido que ela fizesse uma grande tolice. Deveria sentir-se aliviada, mas sentia-se terrivelmente desapontada. 
Selena não compartilhou do seu desapontamento pela hora tardia. Enlaçando Demi num abraço apertado, disse: 
— Você arrasou! Todos estavam comentando como você é adorável, encantadora, inteligente... e a festa também foi um tremendo sucesso! É por isso que as pessoas ficaram até tão tarde.
Demi percorreu todo o trajeto até a porta de seu quarto, antes de começar a perder a batalha contra a ideia de ir para a praia e verificar se Demi ainda estaria ali. 
— Boa noite - Selena cochichou. 
— Boa noite - ela disse, mas hesitou, com a mão na maçaneta. 
Selena percebeu a sua hesitação. 
—  Você está de pé desde cedo. Não está cansada? - Demi balançou a cabeça e confessou a verdade. 
— Joseph pediu-me para encontrá-lo na praia, depois que a festa terminasse. 
— É mesmo?  
— É. 
— Então, o que está fazendo aqui? - Selena perguntou, sorrindo. 
Aquele era todo o encorajamento que Demi precisava. O gramado dos fundos ainda estava todo iluminado e fervilhando de atividade, enquanto os empregados do hotel trabalhavam para empacotar e carregar tudo o que haviam trazido para a festa. Alguns dos empregados da casa também estavam ajudando, Demi reparou, dizendo um ”olá” para duas arrumadeiras que reconheceu.   
No entanto, ninguém agiu como se houvesse algo de estranho acerca do seu aparente desejo de fazer uma caminhada ao luar numa praia deserta à uma da madrugada, usando um fabuloso vestido e sandálias de salto alto. Mesmo assim, Demi sentiu-se incrivelmente conspícua.
Ficou aliviada quando finalmente chegou à praia e desapareceu das vistas deles, porem seu alívio foi logo substituído por uma esmagadora sensação de desapontamento, quando não avistou Joseph nas proximidades.
Olhou na direção da casa dele, mas a não ser que estivesse atrás dos arbustos da cerca, era óbvio que havia voltado para lá. Demi tirou as sandálias e, deixando-as soltas na ponta dos dedos, foi caminhando lentamente pela beirada da água, meio que esperando que Joseph se materializasse em algum ponto por entre as sombras. 
Quanto mais se aproximava da casa dele, mais deprimida se sentia. Seu coração traiçoeiro a lembrava de como fora dançar com ele, e a maneira como ele fixara os olhos em seus lábios quando ela dissera que não sabia como lhe agradecer pela festa. ”Teremos de pensar em alguma coisa”, ele dissera. E quando ela indagou por que ele queria encontrá-la na praia depois da festa, a resposta fora arrebatadoramente clara: ”Inventaremos um motivo quando estivermos lá”. 
Demi parou na entrada do terreno da casa dele, com os olhos examinando os terraços sob o luar, vendo apenas vagas formas e silhuetas obscurecidas. 
Era melhor assim, pensou, consolando-se. Joseph Jonas era sofisticado demais, seguro de si e experiente demais para ela. Não pensou duas vezes antes de tentar seduzi-la numa pista de dança, e apenas dois dias depois de conhecê-la. Ele a faria sofrer, se lhe desse a chance. Pensou que tinha muita, muita sorte por ter conseguido escapar do desastre que aquela noite acabaria se tornando. 
Estava contente por ele não ter esperado. 
Estava feliz porque ele fora dormir.
Engoliu o nó que se formara em sua garganta e começou a voltar. No terraço, uma das sombras moveu-se, aumentou de tamanho, e ela ouviu seu nome ser chamado num tom baixo e imperativo: 
— Demi!
Ela ficou tão contente por ele ainda estar ali que quase disparou a correr quando Joseph desceu as escadas do terraço e parou, à sua espera. Havia tirado o paletó e a gravata, abrira alguns botões da camisa branca e dobrara as mangas nos braços. De alguma forma, conseguia parecer ainda mais atraente daquele jeito do que quando estava todo arrumado. Demi parou diante dele, feliz, nervosa, constrangida, e tentando desesperadamente parecer normal. 
— Os últimos convidados ficaram até tarde - disse. 
Ele aceitou a explicação com um leve gesto de cabeça; depois enfiou as mãos nos bolsos e ficou observando-a num silêncio prolongado. 
Demi quase esperara que ele a abraçaria no instante em que estivesse ao alcance dos seus braços, mas conforme ele a fitava com crescente intensidade, passou a ansiar para que isso acontecesse. Quando finalmente percebeu que Joseph não iria tomá-la nos braços, atribuiu a hesitação dele ao mesmo problema que ela estivera enfrentando desde que dançaram na festa. Como o problema a deixara preocupada, naturalmente presumiu que ele se sentia da mesma forma. Reprimindo a própria tristeza, disse baixinho: 
— Não podemos fazer isso. Se Patrick pensar que existe alguma coisa entre nós, irá culpar Selena por não encorajá-lo tanto quanto devia.
 Num tom de voz evasivo, ele falou: 
— Neste caso, imagino que posso informá-lo francamente que não estou interessado no casamento. 
— Então ele vai achar que você é o culpado. 
— Você sempre se preocupa com as outras pessoas? - Joseph reparou que ela levou a pergunta a sério, suspirou e depois assentiu, gravemente.
— É um dos meus muitos defeitos. 
Defeitos? ele pensou, com irônico humor. Imaginou se ela saberia o que era um defeito de verdade. Sob o brilho do luar, com o vento brincando por entre as saias e soprando os cabelos contra seu rosto, ela o fazia pensar num anjo descalço, com as sandálias balançando em seus dedos em vez de uma harpa celestial.
Demi era o tipo de mulher que ajudava crianças a carregar baldinhos de água para seus castelos de areia, e parava para socorrer velhos jardineiros em apuros. Lembrou-se de como Courtney ficara feliz porque Demi tivera a ideia genial de sugerir que ele dançasse com ela, e o quanto Selena havia florescido nos últimos dois dias. Courtney estava certa, quando falara com ele naquela noite. Joseph não tinha nenhum motivo, e nenhum direito de fazer qualquer coisa que pudesse obscurecer o brilho de Demi, ou diminuir o efeito impressionante que ela causava nas pessoas. 
Por outro lado, ela estava com trinta anos... Tinha idade bastante para saber aonde o encontro daquela noite os levaria, e idade o bastante para entender as regras do jogo. E também para saber o que teria de fazer quando o jogo terminasse.
Exceto que, conforme ele já descobrira, Demi não sabia como o jogo devia ser jogado. Ela própria admitira que nem mesmo sabia flertar. Um sorriso irônico contorceu-lhe os lábios quando imaginou os estragos que ela causaria na população masculina, se algum dia se desse ao trabalho de aprender. Na festa daquela noite, ele observara como homens supostamente sensatos e sofisticados agiam como bobos diante de um sorriso ou de uma palavra dela. 
O que mais o intrigava era o fato de que Demi nem percebia o efeito que provocava nos homens, ou então não se importava. Na verdade, no que se referia a Demi ele tinha certeza absoluta de somente duas coisas: ela não sabia nada a respeito de homens como ele, e ela merecia muito mais do que ele estava disposto a oferecer.
— O que está pensando? - ela perguntou finalmente, quando os últimos vestígios de sua coragem se desvaneceram e começou a sentir-se tola e desprezível. 
— Estava pensando que você parece um anjo descalço. - ele respondeu, sem demonstrar qualquer emoção. Ela ficou atônita. Ao lembrar-se de quem era e o que estava fazendo em Palm Beach, sua voz tremeu com uma culpada certeza:
— Pode acreditar quando lhe digo que não sou nenhum anjo. Estou bem longe disso.
Joseph tirou as mãos dos bolsos e puxou-a para si.
— Ótimo - disse, baixando os lábios sobre os dela. 
Foi a rapidez da reação dele, bem como a reação propriamente dita, que fez com que Demi percebesse que ele devia estar pensando que ela se referira ao seu comportamento sexual. Como já o enganara a respeito de tantas outras coisas, sentiu-se obrigada a ser totalmente honesta pelo menos naquele ponto. 
— Quando eu disse que não era um anjo - apressou-se em explicar -, — Não estava me referindo a nada relacionado com... com sexo. 
Ele levantou a cabeça e estreitou os olhos.
— Não? 
Ela fez que não e tentou bravamente demonstrar uma atitude inteligente, madura e aberta sobre um assunto que a fazia sentir-se terrivelmente desconfortável diante dele. 
— No que se refere a... este tipo de relacionamento, não tive o que você... o que algumas pessoas considerariam uma vasta experiência. 
Joseph fitou aquele rosto encantador e os olhos luminosos. A mesma emoção incontrolável que lhe provocou um sorriso instantâneo também enrouqueceu sua voz.
— Não teve?
— Na verdade, tive apenas dois destes relacionamentos. 
— Só dois? - ele brincou. — Puxa, estou muito desapontado. - Talvez uma hora atrás ela não soubesse como flertar, mas precisou de menos de cinco segundos para perceber o riso oculto nos olhos dele, adivinhar o motivo e encorajá-lo ainda mais. Com um brilho nos olhos azuis e um tom de desculpas, e de insinceridade, na voz, ela assentiu e disse:
— Eu bem que gostaria de lhe dizer que tive uma dezena, mas tive somente dois. 
— Que pena. Será que posso me atrever a esperar que os dois eram muito baixinhos e completamente sem importância? 
A linda mulher em seus braços assentiu solenemente, mordendo o lábio para esconder um sorriso.
 — Ah, sim - ela sussurrou num tom trágico. — Eram muito baixinhos e sem a menor importância. 
— Excelente! - Joseph inclinou-se com a intenção de apagar aquele sorriso com um beijo, mas parou, com a boca a milímetros da dela. — Eram mesmo? - indagou, sério, incapaz de conter o impulso ridículo e a necessidade sem precedentes de saber sobre os outros amantes de uma mulher. 
Ela abriu os olhos de repente, fitando os dele com firmeza. Depois, passou os dedos em seu rosto.
— Sim - murmurou, com ardor. — Eles eram mesmo. 
Sem desviar os olhos dos dela, Joseph virou levemente o rosto e beijou-lhe a palma da mão. O tremor que perpassou o corpo dela, com aquele toque suave, parecia ter percorrido o corpo dele também. 
No segundo andar da casa, Paul estendeu o braço para apagar o abajur ao lado da cama no instante exato em que Courtney irrompeu em seu quarto como uma nuvem tempestuosa. 
— O senhor não vai acreditar no que está acontecendo lá no terraço! - ela exclamou, disparando para a janela. — Cinco minutos atrás, escutei a voz de Joseph, olhei pela janela do meu quarto e vi Demi encaminhando-se para cá. Agora, veja só o que está acontecendo! - Abriu a cortina, saiu da frente da janela e apontou para fora. — Olhe só para aquilo! 

Preocupado, Paul saiu da cama, correu para a janela e perscrutou a escuridão. Mas logo a preocupação deu lugar a um sorriso lento e satisfeito, assim que conseguiu discernir a cena que se desenrolava no terraço abaixo. Joseph estava prendendo Demi num abraço apertado, com o braço pendendo em torno de seus quadris, segurando o corpo dela contra o seu enquanto a beijava e a levava na direção de uma das espreguiçadeiras. E Demi não estava resistindo, ela retribuía ao beijo. 
Paul tirou a ponta da cortina da mão de Courtney para que pudesse tornar a fechá-la. 
— Você disse que isso começou há apenas cinco minutos? 
— Sim!
— É impressionante - ele falou, animado. 
— Joseph tem mulheres por toda parte. Não sei por que ainda quer tentar seduzir Demi! 
— Não creio que podemos descrever aquilo ali como uma ”sedução”.
A menina estava tão zangada que bateu o pé no chão. 
— E como o senhor descreveria
— Combustão espontânea - Paul respondeu com um sorriso na voz. Então, ligou o aparelho de tv e tirou um baralho de uma gaveta. — Que tal vermos um filme e jogarmos uma partida de buraco?
— Eu vou dormir - ela disse, encaminhando-se para seu quarto onde, Paul sabia, poderia continuar espionando Demi. 
— Você vai ficar aqui mesmo, meu bem.
— Mas eu... 
— Você está planejando ficar de olho em seu irmão - ele falou, tranquilamente. — No entanto, isso não seria apenas falta de educação como também uma perda de tempo, porque você já viu tudo o que havia para ver. Nada mais vai acontecer ali esta noite, eu lhe dou minha palavra. - Sentou numa cadeira e começou a embaralhar as cartas.
— Por que o senhor tem tanta certeza? - ela inquiriu, atirando-se na cadeira diante dele com uma expressão de revolta. 
— Tenho certeza porque conheço seu irmão. Joseph não é tão estúpido e nem tão grosseiro a ponto de violar uma mulher na espreguiçadeira do terraço de sua própria casa.
Courtney hesitou, considerando as palavras dele. Então, encolheu os ombros como se descartasse toda aquela história. O gesto silencioso era o mais próximo que podia chegar da admissão de que, talvez, o pai estivesse certo. Pegou as cartas que ele lhe dera e examinou-as. 
— O senhor ainda está me devendo cento e cinquenta dólares do nosso último jogo - lembrou-o. — Se não me pagar ainda hoje, terei de lhe cobrar juros. 
— De quanto? - Paul perguntou, arrumando suas cartas na mão. 
— Dezoito por cento sobre o total, a contar de trinta dias da data da dívida. Preciso começar a pensar no meu futuro
— Você não terá futuro algum se tentar me cobrar juros de dezoito por cento.
Ela ganhou mais quinze dólares no jogo, e os dois pegaram no sono enquanto assistiam à sessão da madrugada.


— Já é muito tarde - Demi sussurrou quando os lábios de Joseph finalmente separaram-se dos seus. — Preciso voltar. 
— Eu sei. 
Joseph tirou o braço de sob o corpo dela e olhou no relógio, espantando-se ao ver que já passavam das três da manhã. Levantou-se e estendeu a mão para ajudá-la a sair da espreguiçadeira. 
Quando se levantou, Demi olhou desolada para seus pés descalços e para o vestido todo amassado, e rapidamente levou as mãos aos cabelos, tentando devolver-lhes um mínimo de ordem. Sentia-se subitamente envergonhada com a própria aparência e pelo que estiveram fazendo durante aquelas últimas duas horas. 

Ela estava tão linda e desarrumada, Joseph pensou. A imagem de uma mulher completamente vestida que ficara deitada ao lado de um homem incapaz de manter as mãos afastadas dela, que mergulhara as mãos por entre seus cabelos e a beijara até que seus lábios ardessem. Não podia acreditar que acabara de passar duas horas relativamente castas com ela naquela espreguiçadeira desconfortável e, ainda assim, as carícias que haviam trocado foram tão excitantes quanto fazer sexo e, de certa forma, muito mais satisfatórias.
Demi desceu os degraus do terraço ao lado dele, com as mãos cruzadas nas costas, as sandálias pendendo de seus dedos. Mantinha a cabeça inclinada, como se estivesse perdida em pensamentos, e Joseph começou a reconsiderar aquelas últimas horas através dos olhos dela... Na verdade, ele se comportara como um adolescente ansioso, inexperiente e faminto por sexo, agarrando-a e beijando-a no quintal de casa sem consideração ou cortesia suficientes para levá-la a um lugar onde pudessem ter mais privacidade e conforto. Estava envergonhado do próprio comportamento, e também porque havia um motivo para se envergonhar... 
Conforme aproximaram-se de um grupo de palmeiras quase no final do gramado, Joseph falou, categórico: 
— Lamento muito por tudo isso, Demi. Creio que fui longe demais. Praticamente a violentei numa maldita cadeira de jardim.
O coração de Demi ficou mais leve quando soube que não era a única a sentir-se insegura e envergonhada. 
— Uma cadeira de jardim? - ela repetiu, pensativa. Então, ergueu os olhos para ele, sorrindo. — ”Violentar”? É isso que você está pensando?
Reprimindo uma gargalhada, Joseph tomou-a nos braços. Demi fitou-o com um ar provocante, e pousou as mãos em seu peito. 
— Minha memória pode estar fraca, mas... 
— Não quero que sua memória fique fraca - Joseph murmurou, inclinando-se para ela. 
— Eu fiz isso... - Pousou um beijo em suas têmporas. — E depois isso... - Seus lábios percorreram uma trilha até sua orelha e ali se demoraram, enquanto ele sorria consigo mesmo ao senti-la estremecer e pressionar o corpo contra o dele. — E mais isso... - Os olhos dela fecharam-se e ele beijou cada uma das pálpebras, antes de deslizar os lábios pelo seu rosto até a boca. — E isso... Entreabriu os lábios dela e beijou-a com um desejo ardente, explorando-a devagar com a língua, puxando-a mais de encontro ao seu corpo rígido. Porem, quando Demi apoiou-se nele e passou a retribuir o beijo, Joseph perdeu a cabeça pela segunda vez naquela noite. Apoiou as costas de Demi numa árvore, tomou-lhe as mãos entre as suas e prendeu-as junto à cabeça dela enquanto aprofundava o beijo, pressionando o corpo contra o dela. 
Sua língua saqueava-lhe a boca, seu corpo movia-se lentamente contra o dela, até sentir-lhe os seios intumescendo convidativamente em seu peito. Soltando uma de suas mãos, acariciou-lhe o pescoço, deslizando-a até o seio, espalmando-a possessivamente. Demi arqueava o corpo contra o dele, e Joseph alcançou o fecho que lhe prendia o vestido. Um segundo antes de abri-lo, percebeu o que estava fazendo e conseguiu conter o impulso. 
Lutando para recobrar o controle, separou os lábios dos dela e fitou o rosto iluminado pela lua. 
— Isso é loucura - sussurrou com voz rouca. Então, baixou o rosto lentamente e tornou a mergulhar os lábios nos dela.  


Não sei nem o que dizer desse capítulo, eu amei demais e eles dançando juntos ao som de All of me? AI MEU DEUS! E finalmente rolou o beijo entre eles e foi bem QUENTE espero que tenham gostado, comentem.
Beijos lindonas <3

2 comentários:

  1. Amei o capítulo!!! Ansiosa pra saber os segredos do Joe.... ansiosa pra saber do reencontro da mãe com a Selena... continua pfvrrr...

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    1. Ainda tem muita coisa para acontecer, muitos segredos ainda serão revelados! Já postei lindona, bjs <3

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